ARTUR RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Funcionários da USP ocuparam na terça-feira (17) uma creche para 150 crianças que funciona dentro da universidade. O objetivo é impedir que o espaço seja fechado por ordem da reitoria.
A creche é atende filhos de funcionários, servidores e professores.
De acordo com o sindicato dos funcionários da universidade (Sintusp), os servidores mantêm a creche oeste do campus em funcionamento. A ocupação, dizem eles, serve para impedir que caminhões levem os equipamentos do local, conforme ordem da reitoria enviada aos funcionários.
Documento interno ao qual a reportagem teve acesso afirma que a mudança serve para “otimizar” as creches da USP. Os equipamentos, materiais e mobiliário serão transferidos para a outra creche da universidade, diz a notificação.
O Sintusp afirma que em nenhum momento os pais foram consultados sobre o fim da creche. Questionada sobre o assunto, a assessoria de imprensa da USP afirmou que não se manifestaria.
IMPROVISO
No fundo de um corredor do bloco A do Crusp (a moradia estudantil da USP, na zona oeste), num cantinho com paredes tomadas por desenhos infantis, funciona desde janeiro uma creche improvisada por mães estudantes.
Elas não podem colocar os filhos nas creches da universidade porque as vagas não são mais abertas desde 2015 -foram cortadas 141. A medida se deve à redução no quadro de servidores devido ao plano de demissão voluntária, segundo a instituição.
Por isso, as mães sem vaga se desdobram para estudar, trabalhar e cuidar dos filhos.
Outras áreas da universidade têm sofrido desmonte nos últimos anos. O HU (Hospital Universitário) da USP, por exemplo, teve demissão de profissionais, fechamento de leitos e o consequente recuo no número de atendimentos à população.