SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça da Coreia do Sul rejeitou nesta quinta-feira (19, noite desta quarta no Brasil) o pedido de prisão preventiva contra Lee Jae-young, herdeiro do conglomerado Samsung, pedida pelo Ministério Público do país.
Para o Tribunal Central de Seul, os promotores não apresentaram provas suficientemente sólidas para a prisão de Lee. Ele é acusado de corrupção ativa e perjúrio, por mentir a uma comissão do governo.
Segundo os promotores, Lee teria autorizado a doação de 20 bilhões de wons (R$ 55 milhões) às fundações de Choi Soon-sil, amiga da presidente afastada, Park Geun-hye, que é acusada de extorsão e tráfico de influência.
Vice-presidente da Samsung Electronics, ele é filho de Lee Kun-hee, presidente do Grupo Samsung, cuja atividade representa 20% do PIB sul-coreano. A decisão deve representar um alívio para a empresa e a família.
Além dos pagamentos às fundações, o conglomerado teria aplicado 23 bilhões de wons em um suposto programa de treinamento de cavaleiros sul-coreanos na Alemanha que, dentre os beneficiários, estava a filha de Choi
Para os investigadores, o dinheiro enviado às entidades era uma forma de extorsão praticada pela amiga em troca de usar a influência dela com a mandatária para obter favores para as empresas.
Neste caso, o suborno seria para que o governo aprovasse a fusão da unidade petroquímica da companhia com sua divisão de construção e comércio.
A fusão era criticada pelos acionistas minoritárias, mas recebeu o aval do Fundo Nacional de Pensões, vinculado ao governo e que tinha participação em uma das empresas.
O herdeiro da Samsung havia sido interrogado na última quinta-feira (12) pela força-tarefa que investiga o escândalo, que levou Park a um processo de impeachment ainda em andamento.
Também foram feitas buscas em prédios da companhia em Seul. Outros quatro dos grandes conglomerados sul-coreanos são investigado pelas doações às fundações da amiga da presidente -Hyundai, SK, LG e Lotte.