ISABEL FLECK
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon será o secretário de Estado dos EUA em exercício enquanto o nome do ex-presidente da petroleira ExxonMobil Rex Tillerson não for aprovado para o posto pelo Congresso.
A decisão foi tomada pelo presidente eleito Donald Trump, que pediu a cerca de 50 altos funcionários apontados por Barack Obama para que permanecessem em seus postos após a sua posse, nesta sexta (20). A solução é temporária, para “tapar os buracos” do novo governo.
No entanto, Sean Spicer, o novo porta-voz da Casa Branca, justificou a medida, em sua primeira conversa com a imprensa, dizendo que ela serviria para garantir a “continuidade do governo”.
Diplomata experiente, Shannon, 58, é o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos -o principal posto ocupado por diplomatas no Departamento de Estado- desde fevereiro de 2016.
Shannon foi secretário de Estado assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental (2005-2009) e embaixador no Brasil de 2009 a 2013, e é uma das referências na diplomacia americana quando o tema é o continente americano.
Apenas os dois nomes menos controversos dos 15 indicados por Trump para seu gabinete -o general John F. Kelly para secretário de Segurança Interna e o general James N. Mattis para secretário de Defesa- devem estar confirmados até o fim desta sexta pelo Senado.
Os democratas no Senado concordaram em votar a confirmação destes nomes nesta tarde -e os dois devem ter apoio dos dois partidos.
Todos os altos cargos do gabinete de um novo presidente precisam de aprovação do Congresso, menos o de chefe de gabinete. O processo se inicia quando os indicados são informados ao comitê do Senado responsável pelo tema.
O comitê pode conduzir sabatinas antes de votar, transferir a votação direto para o plenário do Senado ou frear a indicação. Nos comitês e no plenário, é necessária a aprovação por maioria simples.
Os indicados para as pastas de Educação (a empresária Betsy DeVos), Saúde (Tom Price) e Orçamento (Mick Mulvaney), e para secretário de Justiça (Jeff Sessions) devem enfrentar resistência, apesar da maioria republicana no Senado.