SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Secretaria do Estado da Saúde informou que investiga seis casos suspeitos de febre amarela no Estado de São Paulo. Desses, quatro pessoas morreram. A pasta não deu mais informações sobre o sexo ou onde essas vítimas moravam, mas afirmou que todas as vítimas tinham viajado para Minas Gerais -o que indica que a transmissão ocorreu fora do Estado. No ano passado, o Estado registrou dois casos de febre amarela.

De acordo com a pasta, o Estado recebeu este mês mais 400 mil doses da vacina do Ministério da Saúde. No último semestre de 2016, foram 1,7 milhão de doses. Em dezembro, as Secretarias Estaduais de Estado da Saúde e do Meio Ambiente começaram a trabalhar em conjunto para monitorar e garantir maior agilidade na identificação de possíveis casos. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti ) foram registrados em 1942, no Acre.

SURTO EM MINAS GERAIS

O surto de febre amarela em Minas Gerais causou uma corrida pela vacina contra a doença na rede de saúde da capital. A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão João Doria (PSDB), disse que o número de doses aplicadas em dezembro do ano passado cresceu 13% em relação ao mesmo mês de 2015.

A Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais confirmou nesta sexta-feira (20) a morte de 25 pessoas em decorrência do surto de febre amarela no Estado. As mortes foram registradas nos municípios de Ladainha (8), Ipanema (3), Piedade de Caratinga (2), São Sebastião do Maranhão (2), Itambacuri (2), Malacacheta (2), Teófilo Otoni (2), Imbé de Minas (1), Ubaporanga (1), Poté (1), Setubinha (1). Balanço da secretaria aponta 272 casos suspeitos de febre amarela silvestre no Estado, desses, 47 já foram confirmados.

O Ministério da Saúde afirmou que além desses casos confirmados, há 71 mortes e 154 casos suspeitos ainda sob investigação. Além disso, diz o ministério, os casos continuam concentrados na mesma região de mata silvestre dos 39 municípios mineiros com notificações de casos suspeitos. O ministério informou ainda que já enviou ao Estado mais de 2 milhões de doses extras de vacina contra febre amarela e que 350 mil serão encaminhadas no início da próxima semana.

RECOMENDAÇÃO

De acordo com o ministério, 19 Estados brasileiros já têm recomendação para a vacinação, e em janeiro 650 mil doses foram distribuídas como parte da rotina do calendário nacional de vacinação. No ano passado, segundo a Saúde, foram repassadas mais de 16 milhões de doses da vacina para todo o país, e em 2017 outras 25 milhões de doses foram compradas. O Brasil, salientou o ministério, é exportador de vacinas de febre amarela.

A recomendação do Ministério da Saúde é que as pessoas que forem viajar para as áreas afetadas se vacinem contra a doença, mas essa não é uma obrigação, ou seja, não haverá fiscalização.

No caso de crianças até cinco anos que residam em áreas de risco ou viajarão para essas regiões afetadas, a recomendação da pasta é uma dose da vacina aos 9 meses de idade e outra dose de reforço aos quatro anos. Para adultos que vão viajar para áreas afetadas, a recomendação é tomar vacina pelo menos 10 dias antes da viagem, caso seja a primeira vez. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que cada pessoa tome somente uma dose da vacina na vida contra a febre amarela, mas por precaução o Ministério da Saúde recomenda duas doses.