PAULO GOMES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Secretaria de Estado da Saúde confirmou nesta segunda-feira (23) a morte de três pessoas por febre amarela em São Paulo, sendo um caso importado de Minas Gerais e dois por transmissão local.
A pessoa que contraiu a doença em Minas mora em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. As outras mortes foram em Batatais e Américo Brasiliense, no interior, em áreas consideradas de risco.
Os casos são todos da febre amarela silvestre, que ocorre em áreas rurais e de mata, com transmissão por meio de macacos e mosquitos não presentes em centros urbanos.
Tanto a secretaria quanto especialistas afirmam não haver motivo para pânico ou uma corrida às vacinas nas áreas não afetadas.
“Se não houver deslocamento (para áreas de risco), não há nenhum motivo para tomar vacina”, diz Rosana Richtmann, médica infectologista do hospital Emílio Ribas.
Apesar de extremamente eficaz, a vacina da febre amarela pode provocar efeitos adversos. O risco de danos colaterais é baixo, mas existe, e por isso a vacina não é aplicada indiscriminadamente.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Mauricio Nogueira, “o que preocupa é que tenham pessoas morando nessas regiões (de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto) que ainda não sejam vacinadas”.
A Secretaria da Saúde de SP diz que 75% da população nas áreas de risco do Estado estão imunizadas. A vacinação impede a urbanização da doença, que é quando humanos contraem a doença após serem picados por mosquitos Aedes aegypti que já picaram alguém infectado.
Segundo especialistas, a região fronteiriça com a área de MG onde ocorre o atual surto é vulnerável por não ser uma área vacinada. Estados como RJ e ES, portanto, devem “vigiar com muito cuidado os óbitos em primatas”, diz o infectologista Carlos Magno Fortaleza, da faculdade de medicina da Unesp em Botucatu.
Em MG, o número de mortes por febre amarela chegou a 32 entre 58 casos confirmados. É o maior número, comparado com base de dados que vai de 1990 a 2007. Há ainda 51 mortes e 333 casos suspeitos em Minas.
Em SP, a secretaria investiga ainda dez possíveis casos de febre amarela silvestre de pessoas que estiveram em MG “três das quais morreram”.