Depois de bons jogos em 2015 e temporada mediana no ano passado, estúdios do País anunciaram lançamentos para os próximos meses. Entre eles, há títulos para smartphones, PCs e consoles.
Rockstar Games anuncia ‘Red Dead Redemption 2’
O ano de 2017 promete ser bom para os games brasileiros. Depois de uma safra forte em 2015, com os primeiros jogos nacionais chegando para PlayStation 4 e Xbox One, e uma temporada mediana no ano passado, os principais estúdios do País anunciaram lançamentos para os próximos meses. Entre eles, há títulos para smartphones, PCs e consoles.
Há uma razão para que a indústria brasileira de games passe por ciclos: a vasta maioria dos estúdios no País hoje tem equipes de, no máximo, 15 pessoas, o que permite dar vazão a apenas um jogo por vez — em média, um game leva cerca de dois anos para ser desenvolvido. Muitos estúdios, porém, demoram mais por enfrentar contratempos diversos, como falta de dinheiro ou necessidade de treinamentos para a equipe.
É o caso da Bad Minions, de Brasília. Em setembro, a empresa deve finalmente lançar Alkymia, seu primeiro jogo comercial, após três anos de desenvolvimento. “Fazer um jogo grande envolve muita pesquisa e criação de conteúdo. Um cenário, por exemplo, demora cinco meses para ser feito”, explica Leonardo Batelli, sócio-fundador da Bad Minions.
Quem também traz novidades este ano é a brasiliense Behold. Conhecida pelo best-seller Knights of Pen and Paper, que vendeu 3 milhões de cópias no mundo todo desde 2013, a empresa passou 2016 fazendo planos. Agora, prevê para o meio do ano o lançamento de Galaxy of Pen and Paper, que transforma o universo medieval do jogo anterior em uma aventura de ficção científica. “Pensamos que fazer o Galaxy seria ótimo para melhorar o que erramos e trazer frescor para a franquia”, diz Saulo Camarotti, sócio da Behold.
Tipo exportação
Galaxy of Pen and Paper será publicado no Brasil e no exterior por uma parceria da Behold com a sueca Paradox Interactive. Além disso, em um acordo com a japonesa Bandai-Namco (de Pac-Man), a Behold lança a versão de consoles de Chroma Squad, que saiu para PCs em 2015.
A brasiliense não é a única a ter aliados no exterior. De forma independente, o desenvolvedor Pedro ‘Santo’ Medeiros (do estúdio MiniBoss, de TowerFall Ascension) está criando Skytorn em parceria com o canadense Noel Berry. Com visual retrô, o game chega para PC e PS4.
Grande parte dos games brasileiros têm nomes em inglês e não é por acaso: cerca de 90% do público dos jogos nacionais está fora do País. Há, porém, quem tenha feito parcerias com estrangeiros e agora faz o caminho inverso. É o caso da gaúcha Aquiris: em 2011, a empresa lançou Ballistic como um jogo de Facebook, em parceria com uma editora dos EUA. Apesar da popularidade, a brasileira faturou pouco com o game. Agora, criou uma nova versão do jogo, Ballistic Overkill.
Incentivo
Há, porém, algo capaz de fazer a indústria brasileira de games sair do círculo vicioso: os editais da Spcine, ligada à Prefeitura de São Paulo, e da Agência Nacional do Cinema (Ancine). O primeiro, para empresas de São Paulo, já escolheu 16 projetos e vai injetar entre R$ 35 mil e R$ 150 mil por game – um deles é Aritana e a Flecha Fantasma, sequência do primeiro game brasileiro para Xbox One, Aritana e a Pena da Harpia, feito pela Duaik em 2015.
Já o segundo, com escala nacional, vai escolher 24 projetos e distribuir R$ 10 milhões, no total. “Os editais serão um divisor de águas nos games brasileiros”, aposta Sandro Manfredini, sócio da Aquiris, que prevê que os primeiros frutos, porém, devem chegar só em 2018.
GAMES QUE VÊM POR AÍ NESTE ANO
Alkymia | |
Ballistic Overkill | |
Eternity: The Last Unicorn | |
Galaxy of Pen and Paper | |
Guardiões da Harpia | |
Skytorn
|