Com 12,3 milhões de brasileiros desempregados, número equivalente a 12% da população, é imprescindível falar sobre como agir frente a situação de estar desempregado. Os números referem-se ao quarto trimestre de 2016 e são os últimos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se para quem está empregado existe o medo, para quem perde o emprego a situação é praticamente de desespero, afirma Reinaldo Domingos é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

Por conta deste cenário, Domingos faz um alerta. Nesta hora é preciso estar centrado, por mais que possa parecer impossível, diz. O consultor ressalta que é com os tombos que aprendemos a andar. Assim, essa é a hora de buscar uma restruturação financeira, para atravessar esse período e, posteriormente, estar prevenido para imprevistos, conta.

O começo para essa nova postura, é aprender a controlar as finanças. Estudo feito pela empresa MultiCrédito, no último semestre de 2016, com consumidores inadimplentes, 63,8% deles apontaram o descontrole financeiro como o principal motivo para a inadimplência dos pagamentos em cheque, por exemplo. A falta de educação financeira atinge principalmente os trabalhadores de empresas privadas (38,7%), seguidos pelos autônomos, que compõem 27,5% dos entrevistados.

Por isso, Domingos aponta a necessidade de que o trabalhador planeje os seus gastos e, na medida do possível, faça uma poupança para emergências e eventualidades. Uma outra forma de evitar a inadimplência e fugir de financiamentos longos. O melhor é guardar os valores que seriam referentes as parcelas para tentar comprar à vista qualquer produtos ou serviço.


Dicas para colocar a vida financeira em dia

1 – Pagar dívidas imediatamente? Caso perca o emprego, qual deve ser a primeira ação? Se estiver endividado, por mais que pareça correto querer quitar com o dinheiro do fundo de garantia, isso pode ser um erro, pois, se usar muito deste dinheiro, estará sob o risco de ficar sem receitas para cobrir gastos à frente. Então, planeje-se melhor em relação a esses valores antes de qualquer medida.

2 – Crie uma reserva emergencial O desempregado tem de ter dinheiro guardado, para as despesas, mas, eventualmente, para investir também em cursos e retomar a carreira. A primeira medida a ser tomada é reter os valores ganhos de fundo de garantia, seguro desemprego e férias vencidas. Esse dinheiro só deverá ser mexido após estabelecer uma estratégia.

3 – Analise sua realidade É fundamental que tenha total domínio de seus números nesse momento, portanto, se deve saber o valor que possui guardado e somar com o que será ganho. Também deverá fazer um levantamento de todos os gastos mensais, minuciosamente, desde cafezinho até parcela da casa própria, nada deve passar despercebido. Tendo dívidas e parcelamentos, os some também.

4 – Congele ferramentas de crédito Cartões de crédito, cheque especial, cartão de lojas e outras ferramentas de crédito fácil devem ser momentaneamente esquecidas de sua vida; evite mesmo em caso de emergência, pois, caso não consiga pagar esses valores, os juros serão exorbitantes, criando um caminho de difícil volta.

5 – Faça uma faxina financeira O que realmente é prioridade em sua vida? Pense muito bem nessa questão, pois chegou a hora de cortar muitos gastos que não agregam à vida. Repense em itens como TV a cabo, celulares e smartphones, balada e ida a restaurantes, água, energia e outros pequenos gastos que podem ser reduzidos. Priorize o que é realmente é fundamental nesse período.

6 – Mude seu padrão de vida Pode parecer difícil, pois se acostumou com o padrão de vida, mas é hora de reestruturação e não de manter a pose. Nos momentos de dificuldade, a humildade é um diferencial. Então, o primeiro passo para mudar sua a realidade é aceitar que a situação mudou e não tentar viver de aparências.

7 – Negocie as dívidas Ainda falando de humildade, chegou a hora de buscar os credores e ser o mais franco possível, mostrar que não quer se tornar inadimplente, mas que também não possui condições de pagamento, buscando assim diminuir os juros e esticar os débitos. Lembrando sempre de priorizar dívidas com juros mais altos e com bens de valor como garantia.

8 – Fuja dos exploradores Infelizmente, por mais que seu momento seja de desespero, existem pessoas mal-intencionadas prontas para se aproveitarem dos seus temores. Não permita abusos; muitos tentarão tirar proveito de sua fraqueza para tentar obter vantagens. Evite promessas e garantias descabidas. Às vezes, é melhor estar com o nome sujo do que ser explorado pelas pessoas.

9 – Busque fazer bicos Por mais que não seja em sua área de atuação, busque fontes alternativas de ganhos. Em momentos assim toda renda-extra é bem-vinda, portanto considere colocar em prática seus talentos e habilidades.

10 – Levanta e sacode a poeira Agora é hora de buscar o mais rápido possível a recolocação profissional. Use sua rede de contatos e se posicione como alguém que está à espera de oportunidades no mercado. Lembre-se, as oportunidades geralmente aparecem para quem está atrás dela. Esqueça o desânimo, levante a cabeça e olhe para o futuro.

Fonte: Reinaldo Domingos é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.