Após a derrota para o Prundetópolis neste domingo (12), o técnico Paulo Autuori defendeu com unhas e dentes o planejamento de colocar um time reserva. A ideia é priorizar a disputa da Copa Libertadores. E declarou que, se não for assim, ele deixa o clube.

Estamos botando essa garotada. Se não for assim, eu estou fora. Quem vai jogar e a garotada disse ele. O que não admito é isso. A torcida gritar raça depois de o time tomar gol (a cinco minuto do fim)? Porra!. Segundo ele, alguns jogadores, como o zagueiro Jacy, estavam jogando pela primeira vez. Isso que faz a gente acelerar o processo. Eu sou o responsável. Se não for assim, eu saio, disse o treinador. Só vim para o Atlético porque o Atlético acredita nisso. Estou preocupado, nessa primeira fase (do Paranaense), em fazer o melhor numa competição difícil, a Libertadores.

Segundo Autuori, se o planejamento mudar no Atlético, ele sai. Isso (derrota) não me preocupa. No meio do caminho, muda? Se mudar, eu mudo de lugar, declarou. É por isso que estou aqui. A direção é corajosa, faz coisas diferentes no futebol brasileiro. Segundo ele, os jogadores jovens são motivo de orgulho, apesar da derrota. Não ficou devendo absolutamente nada. São erros estratégicos, de tomada de decisão, que tem a ver com vivência. Isso só se consegue jogando, disse ele. O campo exige um jogo diferente, aí que entra a experiência.

Autuori ressaltou a importância de se valorizar os jovens. Isso que dá futuro, o resto é cair na vulgaridade. Por isso futebol brasileiro ficou nessa situação em que estamos aí. Não adianta pensar na seleção principal se estamos fora do (Mundial) Sub-20. É por causa dessa estrutura, dessa conjuntura. Querem botar na mão de um garoto de 17 anos essa responsabilidade, disse Meu peito está na frente de qualquer coisa. Tento certeza que o futuro do Atlético será excelente. Essa disposição eles jamais teriam na categoria deles.

O treinador reclamou novamente das queixas de alguns torcedores. Toma gol no fim e pede raça? Faltou raça no resto do tempo? Não. Isso é pouco inteligente até, falar em raça. São clichês do futebol, tanto dentro quanto fora. Todos caíram no lugar comum, disse.

Autuori ressaltou que vai usar o time reserva no clássico com o Coritiba, no próximo domingo (19). Clássico sempre tem diferença, mas não posso ser incoerente. Temos que seguir o planejamento que fizemos, falou, para em seguida emendar mais críticas. Estamos na Libertadores. Falei o que quando as vagas caíram no nosso colo? Que estava errado. Mudou (a regra) no meio. Se critico isso, como vou fazer isso (mudar o plano)? Falar uma coisa e fazer outra?, continuou. Vamos continuar fazendo (o planejamento). O Thiago Heleno precisa jogar. Se estiver em condições, vai jogar, mas vai porque precisa jogar. Os que jogarem na quarta-feira e depois vão para a viagem não vão jogar (o clássico).

O treinador ainda discutiu com um repórter que questionou o fato de o clube ter somado poucos pontos (apenas dois) em três jogos contra adversários do interior. A grandeza do Atlético não é ser campeão paranaense. A de nenhum clube é ser campeão estadual. É mais um clichê. Obrigação (de vencer) por quê? Você me pergunta, eu respondo. Pouco o quê? Já acabou o Campeonato? Não acabou nada. Ainda tem muita coisa para fazer. Quantos se classificam? Oito. Obrigação, vergonha, drama, tragédia? Clichês.

E continuou: Você é o primeiro a desvalorizar o Camponato Paranaense. Está fazendo pouco caso das equipes do interior. Só com camisa não ganha jogo. A gente tem que escutar tudo quanto é tipo de pergunta. Mas se eu respondo…, afirmou. É claro que vou defender até a morte o direito de expressar. Mas, se coloca a questão, eu respondo.