A determinação do Tribunal de Contas do Paraná (TCE) para que a Prefeitura de Curitiba suspenda o aumento da tarifa do transporte coletivo, que passou de R$ 3,70 para R$ 4,25 na semana passada, foi o assunto do dia na sessão de ontem da Câmara Municipal de Curitiba. O vereador Felipe Braga Côrtes (PSD), que na semana passada havia proposto a criação de uma comissão especial para acompanhar os desdobramentos do reajuste da passagem, afirmou que sua intenção não foi fazer política. Dezoito vereadores assinaram o pedido, mas depois parte deles recuou e retirou as assinaturas de apoio à comissão.

Competência
O líder do prefeito na Casa, vereador Pier Patruzziello (PTB) afirmou que embora a iniciativa de Braga Côrtes de criar uma comissão especial para debater o transporte demonstrasse equilíbrio e harmonia, já existe a comissão permanente de Serviço Público para discutir o assunto. Se esta comissão, bem intencionada, tramitar aqui na Casa terá um fim: 180 dias. A pergunta que faço é: como se debate transporte público em 180 dias?, questionou o líder do prefeito. Para ele, apesar do trabalho da CPI ter apontado alternativas para o barateamento da tarifa, cabe a órgãos de controle externo, como Ministério Público e Tribunal de Contas tomar medidas para baixar o preço. Quero saber, em todos esse anos, o quanto vereadores conseguiram reduzir a tarifa?, acrescentou.

Pecúlio
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) concedeu ontem parcialmente a ordem de habeas corpus em favor dos vereadores reeleitos de Foz do Iguaçu (região Oeste) Edílio Dall’Agnoll, Darci Siqueira e Luiz Augusto Queiroga. Eles foram presos durante a 5ª fase da Operação Pecúlio, em dezembro de 2016. O TRF permitiu a substituição da prisão preventiva pelo pagamento de fiança de R$ 100 mil e afastamento da função pública. Os vereadores também estão proibidos de ter contato com os outros réus e de ter acesso à prefeitura de Foz.

Liberados
No último dia 31, o tribunal já havia mantido a prisão dos três vereadores, liberando apenas o vereador Rudinei Moura, que estava com a esposa hospitalizada. Na ocasião, foi concedido em parte habeas para os ex-vereadores Fernando Henrique Duso, Paulo Ricardo da Rocha, Hermógenes de Oliveira e Paulo Cesar Queiroz e para o ex-secretário Juarez Silveira dos Santos, também substituindo a prisão por medidas cautelares. Em novo recurso, julgado hoje, Dall’Agnol, Siqueira e Queiroga tiveram a ordem concedida parcialmente pelo desembargador federal Márcio Antonio Rocha, relator do caso.

Perfil
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu em palestra na Caixa Econômica Federal, que o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP) foi nomeado ministro da Saúde em troca dos votos do PP no Congresso. Na palestra, revelada pela coluna Estadão de ontem, Padilha aponta que inicialmente a intenção do presidente Michel Temer (PMDB) era nomear um notável para o Posto – ou seja, alguém com reconhecida experiência na área. Mas que diante da necessidade de garantir apoio para as reformas no Congresso, acabou cedendo às indicações dos partidos, mesmo quando o indicado não tinha esse perfil.

Notável
Aí nós fomos conversar com o PP: ‘O Ministério da Saúde é de vocês, mas gostaríamos de ter um ministro da saúde assim’. Depois eles mandaram o recado por mim: ‘Diz para o presidente que nosso notável é o deputado Ricardo Barros’, explica o chefe da Casa Civil na conversa. Ai fui lá falei com o presidente: ‘Nós não temos alternativa’, nosso objetivo era chegar aos 88% (de apoio no Congresso). ‘Vocês garantem todos os nomes do partido em todas as votações?’ ‘Garantimos’. ‘Então o Ricardo será o notável’, disse Padilha.