O Carnaval se aproxima, uma época propícia não apenas para o samba e a folia, mas também para o consumo de álcool — o que não raro acaba transformando a alegria de muita gente em tragédia. No Paraná, a cada 6 horas e 42 minutos uma pessoa morre em decorrência do consumo inadequado de álcool, revelam dados do Ministério da Saúde. Comparado a algumas doenças, o álcool é mais mortal que a aids, por exemplo.

No trânsito, álcool também costuma ser fatal

As informações do Datasus apontam que entre 2012 e 2016 um total de 6.547 paranaenses perderam suas vidas por conta do consumo de bebida alcoólica ou por doenças derivados do seu consumo. A maioria dos casos (4.007) são referentes a doenças alcoólicas do fígado, como hepatite alcoólica, cirrose hepática alcoólica e insuficiência hepática alcoólica.

Brasileiro bebe acima da média, apontam estudos internacionais

 

Já as outras 2.540 mortes foram provocadas por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool, que inclui os casos de intoxicação aguda, transtorno psicótico e síndromes de dependência ou abstinência, entre outros.

Nesse mesmo período, em todo o Brasil foram registrados 81.252 óbitos em decorrência dos problemas já referidos, o que dá uma média de 45 mortes por dia, ou ainda uma morte a cada 32 minutos.

Para efeito de comparação, entre 2012 e 2016 o álcool matou mais do que o dobro de pessoas vítimas do HIV (vírus da imunodeficiência humana) no Paraná — a aids matou 3.005 pessoas no período —, e quase 10 vezes mais do que outras drogas como cocaína, canabinóides, solventes voláteis e alucinógenos, que deixaram 649 mortos no período.

 

Nível seguro

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um nível seguro para o consumo de álcool. Ou seja, se a pessoa bebe, há risco de problemas de saúde. A Organização ainda estima que pessoas saudáveis possam consumir, no máximo, 30 gramas de álcool por dia. Se for hipertensa ou tiver diabetes, contudo, não poderia beber. 

Para aqueles que não abrem mão de um happy hour, o ideal é o consumo sem exageros. O ideal é o consumo social, em pequena quantidade, nos fins de semana, diz Eduardo Ramos, cirurgião geral e de transplante do Hospital Nossa Senhora das Graças, explicando ainda que o corpo demora em média uma hora para degradar 10 ml de bebida alcoólica.

Entretanto, fatores como o peso, se é homem ou mulher, idade, obesidade, metabolismo pessoal, quantidade de alimentos ingeridos juntamente com a bebida, o tipo e a dose da bebida alcoólica e se a pessoa está tomando alguma medicação, fazem o tempo de degradação do álcool variar, comenta.

MORTES DECORRENTE DO CONSUMO DE ÁLCOOL

BRASIL

2016: 13.370
2015: 16.111
2014: 16.953
2013: 17.497
2012: 17.321
TOTAL: 81.252

PARANÁ

2016: 1.065
2015: 1.289
2014: 1.411
2013: 1.406
2012: 1.376
TOTAL: 6.547

CURITIBA

2016: 220
2015: 290
2014: 330
2013: 301
2012: 318
TOTAL: 1.459