ALEX SABINO E GUILHERME SETO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez mobilizou conselheiros fiéis a ele no clube e contribuiu para que o atual mandatário, Roberto de Andrade, se livrasse do afastamento do cargo nesta segunda-feira (20). Por conta disso, o deputado federal (PT) foi pressionado por sócios presentes no clube que queriam a queda de Andrade. Questionado por torcedores sobre como o clube pagaria os valores da construção do Itaquerão, tida como uma das conquistas de sua gestão, o presidente disse apenas: “Um dia paga.” Vivendo período de dificuldades financeiras, o Corinthians negocia com a Caixa Econômica Federal a redução das parcelas de pagamento do estádio. O seu apoio ao atual presidente também motivou cobranças. “Se a votação para o impeachment fosse solução para os problemas seria fácil. O problema do Corinthians é muito maior do que só tirar o presidente. O problema maior do Corinthians é essas políticas todas”, disse Sanchez a um associado que o cobrava exaltadamente. “Não fui eu que decidi manter o Roberto, foram os conselheiros”, continuou Sanchez. “Não dá para cobrar R$ 100 por ingresso para sempre, ninguém aguenta pagar. Hoje é só R$ 30”, completou o dirigente, dando sua opinião sobre o motivo para a queda de renda com os jogos na Arena Corinthians. Antes da votação, Andrade se reuniu com representantes da chapa Renovação e Transparência, encabeçada por Sanchez, e se comprometeu a descentralizar a gestão e a ceder cargos a membros do grupo. Com isso, Sanchez deve aumentar o escopo de sua influência no Corinthians.