ISABEL FLECK WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente Donald Trump aproveitou a visita que fez ao Museu Nacional da História e Cultura Afroamericanas nesta terça (21) para condenar ataques antissemitas que vêm ocorrendo no país -e tentar afastar as críticas de que estava sendo omisso sobre o tema.

“As ameaças antissemitas que têm como alvo a nossa comunidade judaica e os centros comunitários são horríveis e dolorosas e uma lembrança muito triste do trabalho que ainda precisa ser feito para acabar com o ódio, o preconceito e o mal”, disse Trump.

Mais cedo nesta terça, a Casa Branca havia denunciado a “violência motivada pelo ódio”, sem mencionar diretamente as ameaças contra os judeus. Na coletiva de imprensa de mais de uma hora na última quinta (16), um dos pontos mais polêmicos foi a reação de Trump à pergunta de um jornalista de um semanário judeu ortodoxo sobre o que a Casa Branca faria em relação às ameaças registradas contra centros judeus -que teriam sido 48 por todo o país só nas últimas duas semanas.

O presidente então mandou que ele se sentasse e disse: “já entendi o resto da sua pergunta”. “Então a história é a seguinte: número um, eu sou a pessoa menos antissemita que você já viu em toda a sua vida; número dois, racismo, a pessoa menos racista que você já viu”, afirmou Trump.

O jornalista tentou complementar a pergunta, mas foi interrompido por um “calado, calado, calado”. Ivanka, filha de Trump, se converteu ao judaísmo por causa do marido, Jared. Os dois filhos do casal são judeus, e o presidente cita isso constantemente para demonstrar sua proximidade com essa comunidade.

Ele, contudo, parece ter percebido agora que precisava se pronunciar diretamente sobre as ameaças aos centros. Enquanto visitava nesta segunda o museu da história afroamericana, aberto em setembro, e o elogiava, Trump foi perguntado se pretendia ir também ao Museu do Holocausto. “Eu vou. Devo fazer isso em breve. É muito importante, muito importante para mim”, respondeu.