SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A GL Events desistiu de participar da negociação para administrar o Maracanã. Na justificativa, o grupo francês alega que os documentos exigidos pela Odebrecht não davam segurança jurídica para a operação da GL.
A empresa disputava com a Lagardère, outra francesa, a compra do Consórcio Maracanã, empresa formada pela Odebrecht (95%) e AEG (5%) para gerir a arena por 35 anos.
A GL afirmou que ainda tem interesse no estádio, mas não no formato atual. A Odebrecht pretendia anunciar nos próximos dias o vencedor.
Com a decisão da GL, a Lagardère fica próxima de fechar o negócio.
A empresa deverá pagar cerca de R$ 60 milhões aos executivos da Odebrecht, além de pagar cerca de R$ 5,5 milhões por ano para o Governo do Rio.
A Lagardère administra mais de 60 arenas no planeta. No Brasil, a Lagardère tem o Castelão, em Fortaleza, e o Independência, em Belo Horizonte.
O Consórcio Maracanã venceu a licitação em 2013, mas desistiu de operar o estádio no ano passado.
Neste período, a empresa acumulou um prejuízo de mais de R$ 170 milhões.
Palco da final da Copa do Mundo e das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos, o Maracanã foi reformado em 2013 por cerca de R$ 1,2 bilhão. A obra tocada pela Odebrecht e Andrade Gutierrez entrou na Lava Jato.
Executivos da empreiteira afirmaram a procuradores que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral cobrou propina pela obra.