LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O desemprego no país no ano passado foi maior nas camadas da população formadas por pretos e pardos, mulheres e os mais jovens. As informações constam de suplemento da Pnad Contínua, a pesquisa oficial de emprego do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (23), com dados do quarto trimestre de 2016.

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No período, a taxa média de desocupação ficou em 12% e o país chegou ao último trimestre do ano passado com 12,3 milhões de pessoas na fila do emprego.

Pela primeira vez o IBGE investigou o desemprego considerando a cor ou raça da população. A taxa de desocupação das pessoas que se declararam de cor preta (14,4%) ou parta (14,1%) foi maior do que das pessoas que se autodeclararam brancas (9,5%). Não há dados para comparação. O rendimento médio dos negros no quarto-trimestre foi de R$ 1.461, enquanto o de brancos foi de R$ 2.660. A relação permanece no mesmo patamar desde 2012.

O desemprego atingiu mais as mulheres do que homens. Segundo a Pnad, a taxa de desocupação entre mulheres no país foi de 13,8%, enquanto de homens foi de 10,7%. Em todas as cinco grandes regiões investigadas, a situação se repete.

No total de pessoas desocupadas no país -desempregados em busca de oportunidade-, a maioria é de mulheres (50,3%). O Nordeste é região que registra taxa de desocupação mais alta entre elas, de 16,5%. No Norte, o indicador foi de 16%. No Sudeste (13,8%) e Centro-Oeste (13,2%), a taxa permaneceu acima da média no Brasil. Já no Sul, o desemprego das mulheres foi o mais baixo das cinco regiões, com 8,9%, mais alta, contudo, que a desocupação entre homens, de 6,7%. Os mais jovens foram os mais afetados pelo desemprego. A desocupação entre jovens de 18 a 24 anos foi de 25,9%.

No grupo de pessoas de 25 a 39 anos, a taxa foi de 11,2%. Já entre a população de 40 a 59 anos, o desemprego foi de 6,9%. O desemprego foi maior na região Nordeste, que registrou taxa de desocupação de 14,4%. A taxa é maior que a do Norte (12,7%) e do Sudeste (12,3%). O Centro-Oeste (10,9%) e o Sul (7,7%) foram as únicas regiões onde o desemprego ficou abaixo da média do país.