Fazia tempo a moda não me levava a pensar tanto. Desde que Alessandro Michele assumiu a direção criativa da Gucci, marca de luxo italiana conhecida mundialmente por diversos motivos. Para dar um exemplo fácil de ser digerido pelos leitores que gostam do assunto, mas não são conhecedores da sua história, cito alguns deles, como o fato de ter elevado o nome de Tom Ford ao grau máximo de criador, marcado épocas e mais épocas com sua logo GG, um alvo de cópias mundial que acabou até por desvalorizá-la.

Volto para Michele que trabalhou com Tom Ford, no posto de designer de acessórios de couro na própria Gucci por 12 anos.

Quando Tom Ford deixou a direção da Gucci, a marca se deu por acabada. Sua sucessora não conseguiu segurar a presença dos consumidores asiáticos — novos clientes afamados vindos da China, mais especificamente. Como consequência, os números de vendas despencarem. E vocês sabem: moda é para consumir. O resto é fantasia de quem ama o assunto. Nesse período, Michele atuava como diretor para Frida Giannini também.

Eis que Frida deixa a marca e, então, assume Michele em 2015. São dois anos de casa como diretor criativo, totalizando 15 anos na marca desde que lá entrou com Ford.

E o que faz Michele? Um apanhado total de referências históricas ligando, muitas vezes, o passado remoto com looks que lembram roupas da idade média ao que vivemos hoje nas ruas, na vida real. O resultado, desde então, são coleções que parecem ter saído de um túnel do tempo, só que vestindo pessoas de hoje, com atitude de agora – ou até mesmo vanguardistas.

Alessandro recriou bolsas com toques de arte, assessório com tema de insetos, corações, cobras, pedras, bordados, cerejas, enfim, uma verdadeira Santa Ceia de referências.

No desfile de anteontem, realizado em Milão, Michele dá mais uma pincelada genial nesse quadro renascentista para o nosso século 21: todos os modelos apresentam belezas diferentes para desfilar debaixo de uma pirâmide e ele evoca uma alquimia. Uma transformação! É preciso ter historia para transformar o presente. E isso o designer italiano, nascido em Roma, vem fazendo na Gucci com a maestria de um grande compositor de roupas e acessórios.

Aqui, ficam as imagens para vocês, assim como eu, digerirem e aceitarem.

A mágica aconteceu. O desejo está de volta ao chatinho mundo da moda. E é forte, caro, embasado e cheio de arte. Bisous.

Fotos: Yannis V. Lamos/Indigital Italia/divulgação

VOLUMOSA
Nas criações de Michele, o exagero não tem limite. Este vestido que parece ter saído de um quadro da idade média faz a ponte com o hoje. É quando a moda vira arte. Absorva referências desta foto como inspiração.

DE LÁ PRA CÁ
Sem limites, Michele mescla o masculino ao feminino e coloca toques de moda real, saída das ruas. Uma calça de vinil com suspensórios e camiseta quase infantil que lembra modelo de rock. Uma fusão de épocas para recriar uma nova moda.

SUPERIORA
O rosto coberto com uma tela. Lembra também a idade média e suas armaduras em malha de metal. Respire fundo e abra livros e mais livros de história de diferentes épocas. Você pode perceber a nova Gucci lá.

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