SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a prisão preventiva de três acusados de envolvimento na morte do embaixador grego Kyriakos Amiridis, 59, morto no Brasil em dezembro do ano passado.
Tiveram a prisão decretada Françoise de Oliveira, 40, mulher do diplomata, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, e seu primo Eduardo Moreira Tedeshi. Eles responderão por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, além de fraude processual, no caso dos dois primeiros.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, segundo o tribunal, Françoise articulou o assassinato com Sérgio Gomes, que teve ajuda do primo.
Na decisão, o juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, escreveu que há “inquestionável existência do crime” e “indícios suficientes da participação” dos acusados na “estarrecedora dinâmica criminosa, em tese arquitetada com hipotéticos requintes acentuados de vilania”.
A reportagem não conseguiu contatar a defesa dos acusados.
DESAPARECIMENTO
O embaixador morava em Brasília, mas o casal mantinha um apartamento em Nova Iguaçu, cidade onde vivem os parentes de Françoise. O embaixador estava de férias no Rio até 9 de janeiro, quando deveria voltar ao trabalho na embaixada em Brasília.
Ele fora visto pela última vez no dia 26 de dezembro. Foi a própria viúva do embaixador que comunicou o sumiço do marido à Polícia Federal, dois dias depois. De imediato, a PF avaliou que o desaparecimento não tinha relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à Polícia Civil, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos.
No dia 29 de dezembro, um corpo foi encontrado dentro de um carro cuja placa era a mesma do veículo que havia sido alugado pelo diplomata. O veículo estava queimado, sob um viaduto, no bairro da Figueira, em Nova Iguaçu. Posteriormente, a polícia confirmou que o corpo era dele.
Para a polícia, o soldado da PM Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, e Françoise tinham um caso extraconjugal, o que os dois confirmam, e o crime teve motivação passional.