SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – União, Estados e municípios iniciaram o ano com resultado positivo nas contas públicas. O superavit primário de janeiro ficou em R$ 36,712 bilhões, contra R$ 27,913 bilhões registrados em igual mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central. É o maior resultado positivo para o mês na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. As informações são da Agência Brasil.
Em janeiro deste ano, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou superavit primário de R$ 26,293 bilhões. Os governos estaduais também apresentaram resultado positivo, com superavit primário de R$ 8,909 bilhões, e os municipais, superavit de R$ 1,895 bilhão.
As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram deficit primário de R$ 384 milhões, no mês passado.
Para o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, é comum em janeiro haver resultados positivos porque os governos têm maior controle das despesas. “Tem [aumento] da arrecadação de impostos, os orçamentos nem sempre estão aprovados, e o controle de gastos é mais efetivo. Seja porque novos prefeitos estão assumindo com pauta de maior controle fiscal, ou verificando a situação dos municípios, alguns fazem auditoria de contas”, disse.
Mas os resultados positivos não devem ocorrer em todos os meses deste ano. A meta do governo para este ano é um deficit primário de R$ 143,1 bilhões para todo o setor público. Desse total, a União deve registrar deficit de R$ 139 bilhões, as empresas estatais, de R$ 3 bilhões e Estados e municípios, de R$ 1,1 bilhão.
Os gastos com juros nominais ficaram em R$ 36,413 bilhões. O setor publico também registrou superávit nominal -formado pelo resultado primário e os resultados de juros– de R$ 299 milhões.
A dívida líquida do setor público –balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais– somou R$ 2,927 trilhões em janeiro, o que corresponde a 46,4% do PIB, com alta de 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior.
A dívida bruta, que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, chegou a R$ 4,399 trilhões ou 69,7% do PIB, praticamente estável em relação a dezembro (69,6%).