Depois de muitos anos aguardando a manifestação da Igreja em relação a devastação do meio ambiente nos biomas do Brasil, temos neste início de março uma data para comemorar com o anúncio do tema da Campanha da Fraternidade, da Igreja Católica.

Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida, cultivar e bem guardar a criação. O tema em questão destaca o cuidado com a natureza e as formas de vida, que por mais minúsculas que sejam, devem ser respeitadas.

Esse é um caminho importante para a Igreja em suas diferentes manifestações, além de ser um chamamento à comunidade para que assuma responsabilidades em defesa da vida, dos animais, das florestas, dos rios e da espécie humana.

Da Amazônia até os pampas e do cerrado aos manguezais, a relação do homem com a natureza está melhorando. O homem moderno busca harmonizar o que no passado era um conflito de interesses econômicos em detrimento aos ecossistemas e biomas no Brasil.

Mas a profundidade do tema também está chamando a atenção para a relação do homem com o homem, que nos últimos anos piorou, ou seja, a falta de tolerância, de fraternidade e a ausência do diálogo estão provocando um fenômeno de afastamento de um para com o outro.

É preciso reverter esse quadro e promover o diálogo coletivo e não uma vida individualizada pelas ferramentas de tecnologia, que são importantes, mas não humanizadoras.

Devemos pensar um pouco em como cuidar da nossa casa, do nosso planeta, da perpetuação de espécies e da humanidade. Qual será o futuro se continuarmos a degradar o ambiente? O que podemos fazer como indivíduos na promoção da qualidade de vida e no exercício pleno de cidadania? Precisamos dar alguns passos, a começar pela nossa casa, pelo nosso ambiente de trabalho e por fortalecer nossas relações pessoais.

O povo da floresta clama por um ambiente que lhes proporcione qualidade de vida, buscando a proteção dos biomas brasileiros, que é responsabilidade de cada de um de nós, pelo bom ar que respiramos, pela boa água que bebemos e em especial pela fraternidade dos povos que cultivam e guardam a criação.

 

Rodrigo Berté é diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter