LETICIA CASADO, GUSTAVO URIBE, BRUNO BOGHOSSIAN E BERNARDO MELLO FRANCO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Alexandre de Moraes tomou posse no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (22). Ao menos dez citados pelos delatores da Odebrecht participaram da cerimônia: os governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), e Geraldo Alckmin (PSDB-SP); os senadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), além do presidente do Senado, Eunicio Oliveira (P,MDB-CE); o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ); e os ministros Bruno Araújo (Cidades), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Eliseu Padilha (Casa Civil). O ex-presidente José Sarney (PMDB), também alvo de inquérito na Lava Jato, também foi homenagear o novo ministro do Supremo. Outro que esteve presente no evento foi o presidente Michel Temer, que indicou Moraes, então seu ministro da Justiça. Na saída da posse, o novo ministro não quis comentar sobre a presença de citados na Operação Lava Jato e explicou que para a cerimônia são convidados integrantes dos três Poderes nas três esferas de governo. “Para a posse, são convidados membros de todos os poderes e de todas as esferas de governo, além de amigos, advogados e e juízes. Eu quero aproveitar para agradecer a presença de todos”, disse. Ele defendeu que Judiciário, Executivo e Legislativo se unam na formulação de um pacto pela segurança pública no país e disse que pretende auxiliar a corte em temas como a defesa dos direitos fundamentais, o equilíbrio entre os três Poderes e o combate à corrupção e à criminalidade. “Eu sempre repeti que a segurança pública não é só uma questão da polícia, mas da sociedade e do Judiciário. O STF tem uma função importante. Não só em jurisprudência e interpretação, mas também estipular um pacto republicano em relação a determinados temas, como da segurança pública”, disse. VAZAMENTOS O ministro Aloysio Nunes acusou a Procuradoria-Geral da República de promover um “vazamento coordenado” de informações da Lava Jato. “O Ministério Público tem que ser guardião da lei. Houve um vazamento totalmente fora da lei”, afirmou. “As informações vazaram antes chegar gabinete do ministro Fachin. Isso é intolerável.” O chanceler também criticou o procurador-geral, Rodrigo Janot, por reagir às declarações do ministro Gilmar Mendes. “Como um procurador fala uma coisa dessa de um ministro do Supremo? É de lascar”, disse. Alexandre de Moraes é o 168º ministro do STF no período republicano. Ele foi nomeado para ocupar a vaga aberta com a morte do ministro Teori Zavascki, em 19 de janeiro. Paulistano, Moraes tem 48 anos.