O ano é 2008. Lula ainda era presidente da República, a economia brasileira crescia acima de 5 pontos percentuais ao ano e a taxa de desemprego registrava um de seus menores índices (7,2%). Nos Estados Unidos, Donald Trump elogiava a presidenciável Hillary Clinton (ela daria uma ótima presidente, dizia ele) e doava parte de sua fortuna para candidatos do partido democrata. Nem faz tanto tempo assim, mas o mundo – e o Brasil – era outro.

Uma prova disso é que você, provavelmente, não se imaginaria vivendo hoje sem WhatsApp ou Uber. Em 2008, porém, esses aplicativos sequer existiam. Em verdade, os apps como um todo ainda davam seus primeiros passos com o lançamento da Apple’s App Store, em 7 de julho daquele ano. Hoje, menos de nove anos depois, os aplicativos móveis se tornaram uma parte essencial na vida da maioria das pessoas, auxiliando na comunicação, compras, organização da vida, diversão e até mesmo trabalho.

Há, inclusive, quem diga que ninguém mais tem problemas, só não baixou o aplicativo certo. E de fato as opções são muitas, adequadas para todos os gostos, bolsos e necessidades. Se você for pegar um ônibus em Curitiba, por exemplo, pode usar o Itibus, aplicativo disponibilizado pela Urbs e que utiliza a plataforma Google Transit para permitir a visualização em tempo real dos ônibus. E se o busão for demorar, opções é o que não faltam para se locomover: há o popular Uber, o estreante Cabify, lançado ontem na Capital, e mesmo os aplicativos para táxis, como o Easy Taxi e o 99Taxis.

Já se o problema for pagar um boleto ou alguma outra conta, novamente um aplicativo pode ser a solução: os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Santander) já contam com dispositivos para seus clientes. E se ainda precisar de alguma ajuda para organizar as finanças pessoais, aplicativos como o MoneyCare, Meu Dinheiro, GuiaBolso e Papelada podem ser a solução.

Da cama à mesa, usuários estão servidos
A vida na tela do celular, contudo, pode ser solitária. E para deixar a solteirice de lado e arranjar um programinha, novamente os apps podem ser de grande ajuda. Há o já clássico Tinder, no qual dois usuários com alguns interesses em comum são incentivados a se conhecerem através de um match, ou ainda o curioso Hater, que une as pessoas por meio de desgostos em comum. Trata-se do primeiro aplicativo que combina pessoas com base nas coisas que elas odeiam.
Na hora de planejar o encontro, o Guia Curitiba Apresenta pode dar uma mão. Editado mensalmente pela Fundação Cultural de Curitiba, o app reúne boa parte da programação cultural da cidade, principalmente dos espaços administrados pela Secretaria. Quem quiser divulgar seu estabelecimento ou evento, pode fazê-lo de graça: basta mandar um e-mail para [email protected] com os dados da sua atividade ou do seu evento, sempre até o dia 10 do mês anterior à publicação/ atualização.
Para aqueles que já estão num relacionamento e querem dar uma apimentada nas coisas, também há opções. Uma delas é o Guia de Motéis, que possui buscador em geolocalização e traz cerca de 3 mil motéis por todo o Brasil. Através dele é possível visualizar fotos das acomodações, tabelas de preços, cupom de descontos, ligação direta e lista de favoritos. Outra é o Kamasutra Animated App, um guia com mais de 75 posições do Kama Sutra que traz animações e instruções (em inglês) para realizar cada uma das posições.
Depois dos momentos de amor, porém, pode bater a fome (além do sono, no caso deles). E novamente a tecnologia pode ser a solução, com aplicativos como o Ifood e o PedidosJá. Para Elis Ribas, sócia-proprietária da The Meatpack House, o serviço de delivery potencializa as vendas e alcança um novo nicho de clientes. Com o serviço de delivery, nós conseguimos diversificar o nosso público. Podemos conquistar o cliente que gosta de freqüentar o nosso espaço físico e também o que prefere consumir em casa, além de oferecer a opção de escolha de acordo com a necessidade e conveniência do cliente. Isso é o que torna a opção de entrega tão atraente para o consumidor.

Saúde e divã na palma da mão
Se hoje em dia tem aplicativo para tudo, seria natural que os assuntos ligados à saúde também entrassem na mira dos desenvolvedores. E se você é daqueles que já sofreu para encontrar uma farmácia, o GoPharma pode ser a solução. Desenvolvido pelo Grupo InterPlayers, o app possui um sistema de busca por geolocalização que indica quais as farmácias mais próximas, além de fornecer informações como telefone e horário de funcionamento. São mais de 30.000 estabelecimentos cadastrados em todo o país.
Já se você estiver precisando marcar uma consulta com o psicólogo, mas sua agenda estiver um tanto corrida, pode apelar para o FalaFreud, app de terapia online com atendimento full time que conecta terapeutas e pacientes por meio de mensagens de texto, áudio e vídeo. Para ter acesso ilimitado ao profissional, contudo, é cobrado um valor de R$ 299 por mês.

Tem Açúcar? E o compartilhamento
Outro aplicativo bastante curioso (e criado por brasileiros) é o Tem Açúcar?, uma plataforma que visa facilitar o compartilhamento de coisas entre vizinhos, estimulando a colaboração, a camaradagem e o senso de comunidade. Queremos resgatar o hábito de bater na porta do vizinho para pedir uma xícara de açúcar. E nós damos uma mãozinha pra que seja possível bater em várias portas em questão de minutos, afirma o site oficial.
A ideia é simples: quando um dos usuários precisa de algo, mas sabe que vai usar pouco (como uma furadeira, um martelo ou mesmo uma barraca de camping), pode pedir no app, que irá perguntar aos seus vizinhos quem pode te emprestar. É como tocar a campainha da vizinhança inteira, só que em poucos minutos. Assim você economiza dinheiro, age de forma mais sustentável evitando um consumo excessivo e cria laços de comunidade com sua vizinhança.

História
A popularização dos chamados apps teve início em 2008. Em 7 de julho daquele ano, a Apple lançada seu iPhone 3G e, junto ele, anunciava a criação da App Store. No começo, o serviço contava com somente 500 aplicativos, como o eBay, o Facebook e o Shazam. No final do ano passado já eram 2,2 milhões de apps, que renderam aos desenvolvedores US$ 20 bilhões em 12 meses, 40% a mais do que o registrado em 2015 e o equivalente a um terço do lucro total (US$ 60 bilhões) desde a criação do serviço.