DIMMI AMORA BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Onze países ainda estão impondo restrições à entrada de qualquer tipo de carne do Brasil, informou o ministério da Agricultura na tarde desta quinta-feira (11). O número é muito superior ao divulgado no dia anterior pelo ministro da pasta, Blairo Maggi.

Em depoimento ao Senado, ele informou que apenas China e Hong Kong ainda estavam restringindo a entrada de qualquer carne brasileira. A informação repassada pelo ministro aos senadores foi que todos os outros países haviam aceitado as explicações do governo brasileiro e restringido apenas a entrada de produtos de 21 frigoríficos que foram interditados ou tiveram suas licenças para exportar suspensas pelo próprio governo do Brasil após o início da Operação Carne Fraca.

Essas 21 plantas tinham exportado menos de 1% dos produtos brasileiros em 2016. Mas, em comunicado nesta tarde, a assessoria de imprensa do ministério da Agricultura divulgou uma lista com 11 países para onde as exportações ainda estão suspensas, nove além de China e Hong Kong. As informações são do grupo interministerial criado para acompanhar a crise e são atualizadas com dados oficiais de países importadores ou de embaixadas do Brasil.

As exportações para Chile, Argélia, Jamaica, Trinidad e Tobago, Panamá, Qatar, México, Bahamas e São Vicente e Granadina também permanecem com diferentes estágios de restrição. Jamaica, Trinidad e São Vicente estão fazendo recall dos produtos brasileiros, além de suspender novas compras. O México, que compra frango do Brasil, aplicou uma suspensão preventiva. Como China, o Qatar está inspecionando no porto toda a carne enviada do Brasil para o país. Até mesmo o Chile, país que o ministro Maggi chegou a ameaçar com retaliação comercial caso houvesse bloqueio à carne brasileira, está mantendo a suspensão temporária, situação que é classificada pelo governo brasileiro da mesma forma que a de Hong Kong.

De acordo com os dados do ministério, outros 14 países importadores já teriam aceitado as explicações e revisto suspensões e bloqueios, entre eles a União Europeia e os EUA. Os americanos decidiram tomar medidas adicionais de controle das carnes importadas do Brasil. Para tentar evitar maiores estragos às exportações brasileiras, que caíram para uma média diária equivalente a perto de 0,1% do valor de antes da Operação, o ministro deu entrevista pela manhã à jornalistas estrangeiros e depois seguiu para Rio Verde (GO) onde visitou um frigorífico com integrantes do governo chinês da área de inspeção sanitária e jornalistas do país.