NICOLA PAMPLONA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O BNDES prevê lançar no mês que vem chamada pública para contratar gestor de um fundo para emprestar dinheiro a start-ups. A previsão é que o fundo tenha R$ 200 milhões, informou nesta sexta (24) a diretora do banco Eliane Lustosa. “Vamos investir em empresas de alto risco, baixa maturidade e grande potencial de inovação”, afirmou a executiva, após seminário sobre start-ups promovido pelo banco. Segundo ela, ainda não está definida qual será a participação do banco no fundo. A ideia é buscar no mercado outros investidores dispostos a aplicar recursos, a exemplo de fundo para investimentos em energia renováveis, cujo gestor, a Vinci Partners, foi anunciado esta semana. Neste caso, o banco entrará com, no máximo, metade dos R$ 500 milhões previstos para o fundo. Lustosa explicou que o fundo para start-ups será do tipo “venture debt”, ou seja, vai comprar títulos de dívida de empresas de inovação em estágio inicial. “A ideia não é só dar capital, é monitorar e se cercar de garantias de que os recursos vão para aqueles projetos”, disse ela. Durante o evento, a diretora do BNDES destacou que há dificuldades para um banco público financiar este tipo de projeto, diante da alta taxa de mortalidade de start-ups no país. “Vimos hoje que, a cada 10 empresas, 8 morrem. Mas as duas que sobram podem dar retornos excelentes”, argumentou. O evento desta sexta foi o primeiro de uma série que o banco quer promover para discutir maneiras de apoiar start-ups brasileiras. Geralmente, o apoio é feito por meio de investidores anjo ou aceleradoras em empresas. O próprio banco tem uma iniciativa lançada em 2007, chamada fundo Criatec, que também investe em empresas de tecnologia em estágio inicial. Com recursos do BNDES e do BNB, o fundo investiu em 36 start-ups.