SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Comissão Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) se reunirá na próxima terça-feira (28) em Washington para discutir o relatório do secretário-geral, o uruguaio Luis Almagro, sobre a crise na Venezuela.
Em comunicado, a organização afirma que o encontro foi convocado a pedido da delegação brasileira e dos representantes de outros 17 países, incluindo Estados Unidos, Argentina, Colômbia e México.
Dentre eles, estão os 14 membros que assinaram a declaração conjunta divulgada na quinta (23). Nela, pediram ao presidente Nicolás Maduro que considere com urgência a libertação dos opositores presos e a convocação de eleições regionais, que deveriam ocorrido em dezembro.
Eles também exigiram que o chavista reconheça a legitimidade das decisões da Assembleia Nacional. Dominado pela oposição, o Legislativo foi declarado em desacato em agosto pelo Tribunal Supremo de Justiça, cuja maioria é de governistas.
Os pontos também estão no relatório do secretário-geral da OEA. Os signatários, no entanto, discordaram dele em relação à suspensão de Caracas. Para eles, a saída deve ser um “último recurso, considerada após esgotados os esforços diplomáticos dentro de um prazo razoável”.
A intenção do uruguaio, que recebeu o apoio da oposição venezuelana, era dar um ultimato de 30 dias para que o governo chavista cumprisse as exigências sob pena de desatar o processo de suspensão.
Sem apoio dos 14 países, dos quais 11 têm governos contrários a Maduro, a votação defendida pelo secretário-geral se inviabiliza. Pela Carta Democrática Interamericana, são necessários os votos de 23 dos 34 membros para suspender qualquer membro.
Apesar de ter perdido o apoio na votação, Almagro saudou a declaração conjunta em entrevista. Ele ainda pediu unidade dos países panamericanos para pressionar Caracas.
O governo de Nicolás Maduro ironizou a união das nações a favor das exigências. “É um novo Consenso de Washington?”, disse a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.
O chavista recebeu também o respaldo de um de seus principais aliados. O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que o aliado não está sozinho.”Os anti-imperialistas e os movimentos sociais vão defender nossas revoluções democráticas.”