BERNARDO GENTILE
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Botafogo e Loco Abreu, agora atuando pelo Bangu, irão se reencontrar neste domingo (26), às 16h, no estádio de Moça Bonita. A relação entre o atacante e o time alvinegro chegou ao fim em 2012, quando o jogador foi emprestado ao Figueirense. Mas os dois anos que passou pelo clube de General Severiano foram suficientes para que um amor incondicional fosse estabelecido entre as partes.
A postura de Loco Abreu foi fundamental para criar tamanha intimidade com o clube mesmo sem tanto tempo de casa. O uruguaio foi herói do título do Carioca de 2010 após três vices para o Flamengo. Bateu de frente com jornalistas, sempre com entrevistas exaltando o Botafogo. Veja algumas histórias do ex-camisa 13 do time alvinegro.
CAVADINHA EM BRUNO
O Botafogo sofreu com o Flamengo entre 2007 e 2009, quando por três vezes seguidas perdeu a final do Carioca para o rival. Em 2010, novamente as equipes decidiram o Estadual. A primeira vez de Loco Abreu foi o suficiente para a taça parar em General Severiano. E com requintes de crueldade. O goleiro Bruno, que havia sido herói em edições anteriores, viu o uruguaio fazer o gol do título com a famosa cavadinha.
A “SEGUNDA PELE”
Loco Abreu jamais escondeu que sentia a torcida do Botafogo carente de ídolos e títulos. Assim, foi fácil para o atacante virar ídolo no clube. Em setembro de 2010, nove meses após sua chegada ao clube, o uruguaio eternizou o escudo do Botafogo na “segunda pele”, uma camisa azul que acumula os principais troféus de sua vida e sempre usada por baixo do uniforme.
BOTAFOGO NA COPA AMÉRICA
O Uruguai surpreendeu ao conquistar a Copa América de 2011, na Argentina. Muitos botafoguenses ignoraram o Brasil para torcer por Loco Abreu. Até camisa comemorativa foi feita pelo clube na época. O atacante percebeu a movimentação e não esqueceu do time na comemoração do título: volta olímpica enrolado na bandeira do Botafogo.
BRINCADEIRA COM FRED
Não é segredo que Fred e Loco Abreu têm personalidade forte e que gostam de “apitar” o jogo. Em clássico disputado em fevereiro de 2011, o Botafogo venceu por 3 a 2 e o uruguaio deixou sua marca. Durante a partida, porém, ele se estressou com o então atacante do Fluminense, e os dois discutiram feio. Perguntado na saída do jogo, o camisa 13 foi irônico: “Ele me convidou para um churrasco na casa dele… e eu disse que não poderia ir, que o jogo acabava muito tarde. Ele não gostou por eu não ter aceitado o convite e perguntou: “Por que você não vai à minha casa?”. Eu respondi que não posso, tenho quatro filhos, amanhã tem escola”, se divertiu.
RELAÇÃO COM IMPRENSA
Formado em Jornalismo, Loco Abreu coleciona bate-bocas e causos com colegas de profissão. Em um deles, após um jogo em Minas Gerais, foi confundido por um repórter com Herrera, sua dupla de ataque: “Po***, Herrera?”. Em outro, corrigiu o profissional que errou nas contas sobre o tempo sem jogar a Libertadores. Até mesmo cobrou atenção de um jornalista que não o observava após fazer uma pergunta. A imprensa não tinha vida fácil com o camisa 13.
BRIGA COM TREINADOR
A chegada de Oswaldo de Oliveira representou o fim da passagem de Loco Abreu no Botafogo. Por mais que tivesse bons números, o atacante não estava na lista de prioridade do treinador, que o deixou frequentemente no banco. O uruguaio não gostou da situação e pediu para ser emprestado, queria jogar para seguir na seleção de seu país. O problema é que não conseguiu manter o bom rendimento fora do Botafogo. Passou ainda por Figueirense, Nacional-URU, Rosário Central-ARG, Aucas-EQU, Sol da América-PAR, Santa Tecla-SLV.
PROVOCAÇÃO AO RIVAL
Loco Abreu disputou apenas sete jogos com a camisa do Figueirense, primeiro time após deixar o Botafogo. Um deles foi contra o Flamengo, que venceu por 2 a 0. Os rubro-negros, claro, provocaram o atacante, que respondeu beijando o escudo do Botafogo na “segunda pele”, além de fazer o símbolo da cavadinha.