RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O STJ (Supremo Tribunal de Justiça) autorizou a advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sergio Cabral, a cumprir prisão domiciliar. A decisão, da ministra Maria Thereza de Assis Moura, é provisória, até que um habeas corpus pedido pela defesa de Ancelmo seja julgado. O juiz federal do Rio Marcelo Bretas já havia decidido pela prisão domiciliar de Ancelmo no último dia 17, mas o Ministério Público recorreu e a decisão foi cassada. Agora, o STJ restabelece o que Bretas havia decidido. Adriana teve a prisão preventiva decretada em 6 de dezembro de 2016, no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio, que também levou à cadeia o ex-governador. Cabral é tido pelos investigadores como líder de um esquema de desvios de dinheiro e propina em obras no Estado do Rio. O esquema é acusado também de lavar dinheiro ilegal e ocultação de recursos no exterior, entre outras coisas com compra de jóias, ouro e pedras preciosas. Segundo as investigações, Adriana teria lavado dinheiro por meio da compra de R$ 6,5 milhões em joias entre 2007 e 2016. Adriana é acusada ainda de utilizar sua firma de advocacia para dar ares de legalidade ao pagamento de propinas para o suposto esquema de Cabral. Segundo as investigações, a banca firmava contratos de serviços nunca prestados. Embora réus, nem Cabral nem Adriana ainda foram condenados aos crimes que lhes são atribuídos. A defesa pede que Ancelmo, mãe de dois filhos pequenos de Cabral, fique presa em sua casa para cuidar das crianças. O casal tem um filho de 10 anos e outro de 14. Bretas concedeu a prisão domiciliar, mas impôs restrições como entregar o passaporte, comparecer ao juízo periodicamente, receber visitas de advogados e de parentes até o terceiro grau e que fique em local sem acesso à internet e a telefone. Ancelmo deve deixar o Complexo de Bangu, na zona oeste do Rio, onde está presa, na semana que vem.