SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Num dia que mesclou atrações pop com vasto fã-clube adolescente e velhos representantes da música veloz e pesada, os roqueiros foram o destaque do Lollapalooza. A noite foi encerrada pelo Metallica, com um show revigorado pela inclusão de músicas de seu “Hardwired… To Self-Destruct” (2016). A banda americana abriu a apresentação às 21h10 com as duas faixas iniciais do disco, também suas melhores: a velocíssima “Hardwired” e a pesada “Atlas, Rise”. A partir daí, mesclou velhas preferidas dos fãs -“For Whom the Bells Toll”, “The Unforgiven”- com mais canções do álbum recente. Antes do Metallica, o palco principal viu o quarteto punk americano Rancid estrear no Brasil com um show competente que teve 20 canções em 50 minutos, passando por todos seus discos. Tim Armstrong, líder do grupo, apresentou a voz desgastada de sempre, compensada pela força do outro vocalista, o guitarrista Lars Frederiksen, e pela devoção dos fãs. “Time Bomb”, “Roots Radicals”, “Radio”, “Salvation” e “Bloodclot” empolgaram o público da banda. Empolgação também se viu no show do Cage the Elephant, quinteto roqueiro do sul dos EUA, pela terceira vez no Lollapalooza brasileiro. O vocalista Matt Shultz mergulhou diversas vezes na plateia e fez declarações de amor ao país. Com influências de blues e garage, a banda tocou hits como “Cold Cold Cold” e “Come a Little Closer”, cantadas pelo público. Já no palco Onix, a banda indie britânica The xx também foi recebida calorosamente. Entre luzes e fumaça, o trio formado pelo baixista Oliver Sim, pela guitarrista Romy Croft e pelo DJ Jamie Smith teve coro do público. A voltagem política marcou a apresentação do rapper paulistano Criolo. Antes e durante a apresentação, os presentes ao palco Axe gritaram repetidos “fora, Temer”. COM FILAS E SEM Novidade desta edição do Lollapalooza, a pulseira recarregável para comprar alimentos e bebidas não agilizou o processo. As filas começavam na hora de colocar crédito no objeto. A espera para comprar bebida aumentou com o correr do dia. A assessoria de imprensa do Lollapalooza diz que as filas se deveram “a um público muito grande” e que, sem a pulseira, teriam sido ainda maiores. Regis Motisuki, da T4F, afirma que o público deste sábado, de 100 mil pessoas, é o maior já registrado pela organização em um dia de evento. A expectativa, diz ele, era de 80 mil pessoas. Cerca de 140 pessoas haviam sido atendidas no posto médico até o início da noite, principalmente por desidratação, pressão baixa e consumo excessivo de álcool, estimulado pelo sol forte da tarde –chegou a faltar chope. A ida para o evento teve trânsito e congestionamento, mas transcorreu sem incidentes. De metrô e trem, a Folha foi da estação Vila Madalena até a estação Autódromo da CPTM, no começo da tarde, em cerca de uma hora. A organização do Lolla também ofereceu, por R$ 75, um transfer que saiu do hotel Sheraton, na região sul da cidade. O festival continua neste domingo (26), tendo como destaques os americanos do Strokes e The Weeknd.