Comer fora de casa está caro para o trabalhador em Curitiba. Segundo pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) e do Instituto Datafolha, o valor médio da refeição completa em Curitiba, que inclui prato principal, bebida não alcóolica, sobremesa e café, sofreu uma alta média de 11,2% em 2016, bem acima da inflação do ano passado (IPCA), de 6,29%, e bateu mesmo a inflação de alimentos e bebidas, que foi de 8,62% noi período. O preço médio da refeição em Curitiba no ano passado (R$ 34,71) é uma das maiores entre as capitais brasileiras. 

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Os dados divulgados neste mês ainda não englobam aumentos deste ano. Contudo, quem come fora todos os dias já vem verificando preços maiores em alguns estabelecimentos desde o primeiro mês de 2017. Ou seja, se o prato de comida para o trabalhador terminou em alta no ano passado, ele já entrou neste ano sentido um gosto um pouco mais salgado.

Dicas para uma vida mais saudável

Tomando apenas os números da pesquisa da Assert/Datafolha, para o trabalhador que não recebe vale-alimentação ou subsídio da empresa, almoçar fora de casa pode acabar pesando (e muito) no bolso. Quem ganha um salário de R$ 1.398 — rendimento médio mensal do Paraná verificado no ano passado pelo IBGE — comprometeria 54,6% de sua renda, o equivalente a R$ 763,62, para realizar uma refeição completa de segunda a sexta-feira, considerando um mês com 22 dias úteis.

Curitiba aparece entre as cidades com a refeição mais cara, em 12º lugar entre os 51 municípios pesquisados. Na região Sul, que possui o valor médio mais alto do Brasil (R$ 34,34), somente em Florianópolis, líder do ranking, é mais caro comer fora de casa: R$ 43,53. Já entre as capitais de todo o país Curitiba aparece em quinto, com refeição mais barata apenas do que São Luís (R$ 39,96), Rio de Janeiro (R$ 36,94) e Aracaju (R$ 35,62), além de Florianópolis.

São José dos Pinhais a mais barata do país
Se Curitiba aparece entre as cidades mais caras para se comer fora de casa, por outro lado São José dos Pinhais é a cidade mais barata do País. Com o valor médio de R$ 23,08 por uma refeição completa, o município da região metropolitana de Curitiba, mantém boa distância para o segundo colocado, Uberlândia (R$ 24,65). Além disso, o valor da refeição subiu abaixo da inflação no município paranaense, com alta de 4,1%, segundo a pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) e do Instituto Datafolha.
São José dos Pinhais está com um preço muito bom, especialmente por conta do aluguel. O preço chega a ser metade do preço, até um terço do que se paga em Curitiba. Então o aluguel em São José é bem mais em conta, destaca Luciano Ferreira Bartolomeu, diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR).
Saudável — Outro dado curioso que a pesquisa da Assert e do Instituto Datafolha traz é com relação à refeição saudável. Cerca de cinco de cada dez responsáveis pelos estabelecimentos disseram ter a sensação que os clientes estão mais preocupados com uma alimentação saudável, ou seja, com uma dieta equilibrada, com o consumo de verduras/ legumes, sucos naturais, grãos e proteínas, além de frutas.

Aluguel pesa muito para o empresário
Luciano Ferreira Bartolomeu, diretor executivo da seccional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), aponta que apesar do aumento no valor da refeição, Curitiba ainda apresenta um bom preço aos consumidores quando considerada a qualidade dos serviços prestados e uma série de outros fatores, como o preço do aluguem na cidade.
Curitiba cresceu muito e também melhorou muito o serviço, os equipamentos, até por causa da Copa do Mundo, aponta Bartolomeu, explicando os fatores que levaram ao aumento de preço em 2016. Os insumos aumentaram bastante (o valor) e também passa muito pela questão de negociação de aluguel. A grande maioria dos restaurantes são imóveis alugados, o preço do aluguel está acima do mercado e está difícil negociar com os proprietários.
E, no começo do ano, normalmente acontecem os reajustes como o do aluguel, além de outros insumos que pesam.
Não dura — O resultado da pesquisa Assert vai ao encontro de uma outra realizada pela Sodexo, administradora de cartões alimentação. Segundo o levantamento, o valor mensal do benefício não dura até o final do mês para 81,51% dos trabalhadores e, além do preço elevado da refeição, 42,90% dos entrevistados declaram que o valor recebido é baixo e 16,6% utilizam o benefício aos finais de semana. O resultado é, a partir do momento que o benefício termina, só resta ao trabalhador usar seu dinheiro ou apelar para a marmita.

 

As cidades mais caras

Florianópolis – R$ 43,53
Vila Velha – R$ 37,59
São Luís – R$ 36,96
Rio de Janeiro – R$ 36,94
Macaé – R$ 36,42
Campinas – R$ 36,00
Blumenau – R$ 35,94
Aracaju – R$ 35,62
Niterói – R$ 35,24
Santos – R$ 35,16
Santo André – R$ 35,01
Curitiba – R$ 34,71
João Pessoa – R$ 34,36
Joinville – R$ 34,33
Maceió – R$ 34,31