Lembrado  no dia 16 de abril, o Dia Mundial da Voz foi criado para alertar as pessoas sobre as doenças que podem comprometer a voz e a necessidade de diagnosticá-las precocemente. Os principais problemas relacionados às cordas vocais são a tosse, a rouquidão e a pigarreia (arranhar a garganta). Já entre as doenças, as mais comuns são os tumores, como o câncer de laringe.

A otorrinolariongologista Mara Gândara, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, alerta que qualquer alteração na voz, especialmente a ronquidão, deve ser investigada principalmente se ultrapassar 15 dias de sintomas. Existem vários problemas que podem levar a uma disfonia, como a demanda aumentada, um processo alérgico, alimentar, e até um tumor de corda vocal. Dependendo do diagnóstico é que você vai fazer o tratamento. De forma alguma você deve se automedicar, explica.

Mara Gândara lembra que as pessoas expressam emoções por meio da voz e que ela é uma característica de cada indivíduo. Para garantir a saúde da voz é preciso evitar o tabagismo e o álcool em excesso.  Gritar e consumir bebidas gasosas também podem ser prejudiciais. Pra que você use a voz de forma adequada, tem que ter uma boa respiração e hidratação. Também não é bom aumentar o volume da voz quando precisar falar em público, por exemplo, não se expor demais ao ar condicionado, por causa da diferença brusca de temperatura, e não forçar a voz nos dias em que se precisa falar demais, destaca a médica.

Cuidados com a voz
Noites bem dormidas, alimentação rica em fibras e proteínas, água para hidratar o canal da voz e atividade física regular são algumas das maneiras de cuidar da voz.

Se estes cuidados são importantes para todos, imagine para quem trabalha com a voz, como os jornalistas, professores, palestrantes, cantores e atendentes de call-centers. Estes profissionais precisam ter um cuidado ainda maior, já que eles usam as cordas vocais com mais frequência, a exemplo da jornalista e locutora Maria Letícia Silva. Ela apresenta eventos e comanda programas de rádio há mais de 8 anos. Para não sofrer com dores  e conseguir trabalhar, ela costuma fazer exercícios vocais diários, além de não se expor ao ar condicionado e não  comer alimentos cítricos e pastosos.

No ar eu fico 5 horas, mas falo de vinte em vinte minutos, além dos spots de gravação publicitária, que você tem que forçar a voz. A voz nunca me abandonou. Nunca deixei de ir trabalhar por isso, por exemplo. Quando não estou com uma voz boa, eu tento não forçar, falar mais baixo e menos. E os exercícios são pra facilitar a dicção, conta a jornalista.

Durante as locuções, o desgaste é mais comum. Quando tem muita gente, você acha que precisa gritar para ser ouvida. Você se empolga às vezes e grita. Fiquei rouca depois de um evento, mas por falar demais e sempre bem animada. Já aconteceu de eu ficar com dor e dai usei pastilhas e muita água. É água o tempo todo.

Além dos otorrinolariongologistas, os fonoaudiólogos também são profissionais de saúde que podem investigar, diagnosticar e tratar patologias que envolvem a voz. A atenção aos sintomas é primordial para qualquer um.

Erika Braz, para o Blog da Saúde.