SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A notícia da morte de Jerry Adriani, ídolo da Jovem Guarda, neste domingo (23), causou comoção no meio artístico. O cantor lutava contra um câncer e estava internado desde o início do mês para tratar uma trombose.
O pesquisador musical Paulo César de Araújo, biógrafo de Roberto Carlos, lembra que Adriani fez parte do “núcleo duro” da Jovem Guarda -mas que viveu ali seu grande momento.
A explicação para não ter prosperado como Roberto e Erasmo, diz Araújo, pode estar no fato de que ele não era compositor, mas principalmente um intérprete.
“A instituição do cantor compositor surge depois da bossa nova. Antes, os cantores tinham que ter aquela voz. Depois de João Gilberto, todo mundo se sentiu à vontade para cantar também”, afirma.
Araújo também acha que, esteticamente, o canto de Roberto e Erasmo vinha da linhagem de João Gilberto, ainda que influenciados por Elvis Presley. Já Adriani, por sua vez, bebia no canto italiano, cujo estilo acabou por envelhecer.
“Roberto é o cantor antenado com o mais moderno. Embora os dois cantassem rock, se você pegar gravações da época e comparar com o Jerry, dá para ver a diferença. Mas é inegável que é um dos artistas mais importantes da Jovem Guarda”, diz o pesquisador.
DESPEDIDA
Lobão comentou, em seu perfil no Twitter, que Adriani era “um dos maiores cantores” do país. Já Roger, do Ultraje a Rigor, também lamentou a notícia. “Vá com Deus, meu amigo!”, escreveu ele.
O apresentador Amaury Jr. postou uma foto com o cantor morto. “Grande perda. Fica a saudade, sua música eterna e muitas histórias”, disse em sua conta no Instagram.
Ceila Passos, companheira de Jerry, publicou em seu Facebook uma foto com o cantor e uma frase de Charlie Chaplin. “As pessoas não se encontram por acaso”, diz um trecho da postagem.