GUSTAVO URIBE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Com a aprovação do texto-base da reforma trabalhista, o presidente Michel Temer telefonou na noite desta quarta-feira (26) para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para agradecer a mobilização em torno da proposta. No gabinete presidencial, o peemedebista também falou com líderes partidários e, segundo relatos de presentes, avaliou que o resultado foi “muito satisfatório”. Ao todo, a proposta foi aprovada por 296 votos.

O placar, no entanto, não atingiu a intenção inicial do presidente de fazer uma votação com padrão de PEC (Proposta de Emenda Constitucional). A perspectiva era conseguir pelo menos 308 votos, mínimo necessário para aprovar a reforma previdenciária.

“Hoje foi uma semifinal e estamos nos preparando para uma final. É um sinal de que falta pouco para conseguirmos o placar necessário”, disse o vice-líder do governo Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que se reuniu com o presidente após a votação. O Palácio do Planalto avaliou com preocupação o placar do PSB, cuja maioria da bancada votou contra a proposta. A expectativa era de que, mesmo com o posicionamento da cúpula do partido contrário à proposta, o Palácio do Planalto conseguisse angariar pelo menos 20 votos, não apenas 14.

Segundo um auxiliar presidencial, ordem agora é a de trabalhar em cima do placar desta quarta-feira (26) para a votação da reforma previdenciária em plenário, cuja expectativa é que ocorra no próximo mês. A intenção do governo é localizar os traidores na base aliada e aumentar a ofensiva sobre eles, com ameaças inclusive de perdas de cargos em segundo e terceiro escalões e emendas parlamentares. A Câmara precisa analisar ainda seis emendas que podem alterar pontos importantes do texto. Após isso, a reforma segue para o Senado.