SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O relatório do serviço de inteligência francês que responsabiliza o ditador sírio, Bashar al-Assad, pelo ataque químico que matou ao menos 80 pessoas na Síria foi questionado nesta quinta (27) por um dos principais assessores de Marine Le Pen, candidata da direita ultranacionalista à Presidência da França.
Florian Philippot, vice-líder da Frente Nacional, disse que o relatório pode ser colocado em dúvida enquanto não houver um “inquérito internacional”, com o respaldo da ONU (Organização das Nações Unidas), que investigue os fatos. A afirmação foi feita em entrevista à rádio “France Inter”. Segundo Philippot, existem “precedentes” para o questionamento, referindo-se aos falsos relatos de inteligência que levaram os EUA a invadirem o Iraque em 2003.
Emmanuel Macron, candidato centrista e rival de Le Pen, disse ter posição contrária e apoiar o documento. Macron tem o voto declarado do presidente da França, François Hollande.
RELATÓRIO
O relatório francês, divulgado nesta quarta-feira (26), constata “sem dúvidas” a utilização de gás sarin no episódio, conforme já demonstravam autópsias feitas anteriormente em corpos de vítimas do ataque. Segundo o documento, foram encontrados rastros de hexamina, um produto estabilizador que seria a “assinatura” do regime sírio na produção das armas químicas.
“Este método de fabricação é o utilizado pelo CPECS (Centro de Pesquisa e Estudos Científicos da Síria) para o regime sírio”, diz o relatório.
Damasco nega envolvimento no ataque mais recente e diz que entregou em 2013 a autoridades internacionais todo seu arsenal de armas de destruição em massa.
A Rússia, principal aliada de Assad, criticou o relatório francês, dizendo que os indícios sobre o material utilizado no ataque químico não são suficientes para descobrir quem é o responsável.