SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Wlademir Delvechio, o morador de rua que vivia em uma espécie de sala de estar debaixo do Elevado Presidente João Goulart (Minhocão), no centro de São Paulo, vai integrar o Trabalho Novo, programa da gestão Doria voltado para os sem-teto de São Paulo.
A prefeitura informou que Delvechio, 33, foi encaminhado para o Centro de Acolhida Prates, na Barra Funda, na zona oeste. Ele já fez sua primeira carteira de trabalho, está renovando seus documentos e recebendo auxílio psicológico.
Conforme noticiou a reportagem na terça-feira (25), os móveis e pertences de Delvechio foram retirados do Minhocão por um caminhão da Prefeitura Regional da Sé. O “cômodo”, que tinha sofá, tapete, armários e quadros começou a ser montado há três meses com objetos recolhidos no lixo.
“Estava começando a ficar famoso, acho que não gostaram. Mas vamos dar dor de cabeça para essa galera. Vou montar tudo de novo, até arrumarem nossa vida”, disse Delvechio à reportagem na terça (24).
Um novo decreto de Doria, de janeiro, suprimiu itens de norma anterior, de Haddad, e passou a liberar na prática a retirada completa das favelinhas da cidade. A regra da gestão anterior proibia a apreensão de “papelões, colchões, colchonetes, cobertores, mantas, travesseiros, lençóis e barracas desmontáveis” de moradores de rua. Agora essa retirada passou a ser permitida.
Na ocasião, a prefeitura afirmou que seguiu a lei ao acionar equipes de assistentes sociais com antecedência, e que ofereceu uma vaga no programa Trabalho Novo ao morador.
O próximo passo de Delvechio é passar por capacitação profissional para atuar em uma empresa do programa em vaga a ser definida.