SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O goleiro Bruno se apresentou nesta quinta-feira (27) na delegacia regional de Varginha após a Justiça expedir o mandado de prisão contra o jogador. Ele se apresentou espontaneamente por volta das 13h45 e deverá agora passar por exames no IML e, na sequência, será levado para um presídio da cidade mineira. O mandado de prisão foi expedido quase 48 horas após a decisão do STF (Superior Tribunal Federal).

Na última terça-feira (25), a Primeira Turma do STF decidiu que Bruno deveria retornar à prisão. Alexandre de Moraes, relator do caso, Luiz Fux e Rosa Weber votaram pela prisão do goleiro. Marco Aurélio Mello, que havia concedido liberdade a Bruno em decisão provisória e também faz parte da Primeira Turma, foi voto vencido. Luís Roberto Barroso, outro dos ministros da turma, está em viagem e não participou da sessão.

Logo após a decisão, Bruno se apresentou à polícia, assinou uma certidão se comprometendo a se entregar e depois foi liberado, já que o mandado não havia sido expedido. Na quarta-feira, o advogado do jogador, Lúcio Adolfo, esteve no Fórum de Varginha e conversou com o juiz Oilson Hoffman. A expectativa é que o mandado seria expedido, o que também não aconteceu.

À reportagem, o advogado afirmou que vai entrar com recursos em todas as instâncias possíveis. Bruno deverá ter o seu contrato rescindido com o Boa Esporte nos próximos dias. A informação foi confirmada pelo empresário do jogador, Lúcio Mauro. Condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato da amante Eliza Samudio, em 2010, Bruno está solto desde o último dia 24 de fevereiro após um habeas corpus concedido por Mello.

Antes de ser liberado, o goleiro estava na APAC de Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, para onde deve ser levado novamente. A passagem de Bruno pelo time de Varginha durou menos de dois meses. Contratado no dia 10 de março, ele fez sua estreia dia 8 de abril. Com a camisa do Boa, Bruno disputou cinco partidas pelo Módulo II do hexagonal do Campeonato Mineiro, equivalente à segunda divisão.

Em campo, venceu duas vezes, teve dois empates e uma derrota. Sofreu quatro gols. Ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo, Bruno estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Ele foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. O jogador recorreu da decisão, mas não teve recurso julgado. Ele estava preso por decisão de primeira instância há quase sete anos. Na decisão tomada no dia 21 de fevereiro e publicada no dia 26 pelo Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello julgou não haver sustentação jurídica para manutenção do encarceramento.