Este domingo é dia de decisão. E de decisão especial, já que um clássico irá decidir quem será o campeão paranaense de 2017. Dada a rivalidade entre Atlético-PR e Coritiba, é natural que a ambição por uma vitória seja grande nos dois lados. Entretanto, não deixa de ser curiosa a forma como cada um dos clubes aborda essa final.

No lado rubro-negro, o técnico Paulo Autuori tem tratado de reduzir a importância de um título, especialmente pelo fato de o clube disputar (e estar fazendo uma ótima campanha) na Copa Libertadores. Antes da segunda partida da semifinal, contra o Londrina, disse que nem colocou no currículo o título de 2016 e que não colocaria também o deste ano, caso ficasse com a taça. Na sexta-feira (28), voltou a comentar o assunto.

“Não representa muito para o currículo. Há hoje em dia uma necessidade muito grande de ganhar, de dizer que é vitorioso. Não precisa dizer, os fatos é que devem demonstra”, disse o treinador de 60 anos. Para ele, se o Atlético for campeão, quem deveria ser citado como o treinador do título é o auxiliar Bruno Pivetti. Nesse ano, nada mais justo que seja o Pivetti. Sou completamente desapegado quanto a isso. Não tenho pretensão de ganhar de qualquer maneira para enriquecer currículo.

Do lado alviverde, porém, o clima é bem diferente. Depois de um começo de temporada ruim, com eliminação na Copa do Brasil em pleno Couto Pereira para o ASA, que disputa a Série C, o elenco se fechou e prometeu conquistar a taça para “salvar” o primeiro semestre. Além disso, há o clima de revanche, uma vez que na final do ano passado o Coxa foi derrotado duas vezes pelos rivais (3 a 0 na Arena e 2 a 0 no Couto) e em 2015 também bateu na trave, caindo diante do surpreedente Operário de Ponta Grossa. Assim, uma vitória significaria o fim da “síndrome do vice” no Alto da Glória.

Lá na frente, não vão lembrar que o campeonato foi bagunçado, e sim quem foi campeão. O que marca é o título e temos que pensar dessa forma. Sei o quanto um título vale na carreira de um profissional, disse o técnico do Coritiba, também na sexta-feira. Temos que almejar essa conquista. Vou tentar de todas as maneiras a conquista desse título.

O treinador do Coritiba, inclusive, acredita que o título poderia ajudar na sua efetivação no cargo. Ele comanda a equipe desde fevereiro, quando Paulo César Carpegiano foi demitido, mas até hoje está como interino no cargo.

A conversa que tive com a diretoria era que eu iria assumir internamente a equipe. Naquele comento, não iriam tentar naquele momento tentar outro profissional, aguardando os resultados. De lá para cá, não houve nenhuma alteração, disse Pachequinho, que em seguida declarou. Terminando o Estadual, alguma definição deve acontecer. O Coritiba precisa iniciar o Brasileirão com um técnico definido. Não pode ter um interinamente por tanto tempo.

ESCALAÇÕES

Embora trate a partida com mais desdém do que o rival, o Atlético-PR deve entrar em campo com força máxima, ao contrário do que fez durante quase todo o Estadual. As únicas dúvidas são com relação a jogadores lesionados, como o lateral-direito Jonathan e o zagueiro Thiago Heleno.

Já no Coritiba, Pachequinho ainda diz ter dúvidas para montar o time. O volante Matheus Galdezani pode entrar no time, em detrimento de um atacante – no caso, Neto Berola. Ainda tenho dúvidas, buscando o melhor da equipe para esse jogo.

PREPARAÇÃO FINALIZADA

Os dois clubes encerraram na manhã deste sábado a preparação para a decisão do estadual.

No Furacão, os ajutes finais foram feitos em duas atividades, a primeira no vestiário, com os preparadores físicos coordenando, por 25 minutos, exercícios corretivos e com rolo de liberação miofascial. No camo, Paulo Autuori dividiu a equipe para um trabalho coletivo e em seguida ensaiou jogadas de bola parada.

Já no Coritiba, o treino aconteceu no gramado do Couto Pereira, com a realização de um treino recreativ, tradicional antes das partidas, e em seguida um trabalho tático, com Pachequinho formando a equipe e observando possibilidades no grupo, conforme o padrão de trabalhos durante a semana.

ATLÉTICO x CORITIBA

Atlético: Weverton; Cascardo, Wanderson (Thiago Heleno), Paulo André e Sidcley; Otávio, Rossetto, Douglas Coutinho, Nikão e Felipe Gedoz; Grafite. Técnico: Paulo Autuori
Coritiba: Wilson; Rodrigo Ramos, Werley, Walisson Maia e William Matheus; Alan Santos, Galdezani, Anderson e Tiago Real; Henrique Almeida e Kleber. Técnico: Pachequinho
Árbitro: Rodolfo Toski Marques
Local: Arena da Baixada, domingo, às 16 horas