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CARLOS BOZZO JUNIOR*
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois gêneros musicais brasileiros, a bossa nova e o choro, foram os destaques do Festival Ilhabela Bossa e Choro, evento que aconteceu entre a última quarta-feira (4) e domingo (7), com shows gratuitos realizados ao ar livre, na acolhedora ilha do litoral norte paulista.
Vários artistas garantiram a excelente qualidade musical do evento, que teve nessa primeira edição cerca de 300 pessoas, a cada noite, assistindo aos shows no palco fixo Tom Jobim, o principal do evento. Nos palcos itinerantes, batizados de Pixinguinha, montados nas praias do Sino, Perequê e Grande, embora o número de espectadores tenha sido menor -cerca de 50 pessoas por apresentação-, a música de alto nível também foi apreciada.
Destaque do palco Tom Jobim, a cantora Rosa Passos, acompanhada por Fábio Torres no piano; Paulo Paulelli, no contrabaixo acústico; e Celso Almeida, na bateria, construíram, por meio de músicas do maestro soberano Tom Jobim (1927-1994), uma espécie de istmo mágico, transformando a ilha em uma península que deu acesso a qualquer continente, pessoa, ouvido, coração ou alma ao melhor em harmonia, ritmo e melodia. Um assombro de show.
João Donato, Roberto Menescal, que contou com a feliz participação de Simoninha, Marcos Vale, o baterista Robertinho Silva, o violonista Marcos Canduta, Vânia Bastos, além do grupo Panorama do Choro, não deixaram por menos e garantiram o sucesso do evento. Já o quinteto Bossa e Choro formou uma banda de rua, nos moldes das “street bands” de Nova Orleans, e interagiu com o público, levando a atmosfera do festival para vários cantos da ilha todos os dias.
Segundo Afrânio Bittcourt, 53, proprietário de uma pousada na Ilhabela, o festival é mais do que necessário. “Faltava um festival de música estritamente brasileira aqui na ilha. Cultura atrai público; espero que o evento se consolide como os de jazz e folk”, disse o empresário que pretende ver na próxima edição do Bossa e Choro uma apresentação de João Gilberto. Habitat ideal para o cantor, que há muito vive ilhado, o evento tem tudo para abrigá-lo. Fica a dica.

(*) O jornalista viajou a convite do festival