SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As autoridades da Suécia decidiram nesta sexta-feira (19) arquivar a investigação de estupro contra o fundador do site WikiLeaks, o australiano Julian Assange, 45. No entanto, o futuro de Assange, que vive desde 2012 asilado na embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradição para o país escandinavo, é incerto. Segundo a promotoria sueca, “as possibilidades de conduzir a investigação estão esgotadas” devido à impossibilidade de convocar Assange. As autoridades dizem, porém, que o caso pode ser reaberto se o investigado retornar à Suécia antes da prescrição das acusações, em 2020. Apesar da suspensão do inquérito, a polícia britânica alertou que Assange pode ser preso se deixar a embaixada do Equador, pois ainda há uma ordem de prisão contra ele emitida por cortes do Reino Unido devido à sua decisão de não se entregar. Após o anúncio da promotoria sueca, Assange fez um pronunciamento na sacada da embaixada equatoriana, em que disse que a queda do inquérito contra ele é uma “vitória para mim e para os direitos humanos”. Ele afirmou que ficaria “feliz” em colaborar com as autoridades do Reino Unido e dos Estados Unidos para discutir sobre seu futuro. Mais cedo, Assange se pronunciara nas redes sociais. “[Fiquei] detido por sete anos sem acusações, enquanto meus filhos cresciam e meu nome era difamado. Não esqueço nem perdoo”, disse. Os advogados de Assange buscam agora apoio internacional para permitir a saída da embaixada equatoriana. “Precisamos de uma intervenção política para fazer esta situação acabar. Ele é o único preso político na Europa Ocidental”, disse o advogado Juan Branco. JUSTIÇA O fundador do WikiLeaks era suspeito de estuprar e abusar sexualmente de duas mulheres durante visita à Suécia em agosto de 2010, mas não chegou a ser indiciado pelos delitos. Em dezembro do mesmo ano, foi detido preventivamente em Londres a pedido da Suécia. Após batalha judicial, a Justiça britânica ordenou em 2012 a extradição de Assange, que não ocorreu devido à sua decisão de se asilar na embaixada equatoriana. Assange nega as acusações e diz que são apenas um pretexto para sua extradição para os EUA, onde poderia ser julgado por vazamento de informações confidenciais. Desde 2009, o WikiLeaks já publicou milhares de documentos do Departamento de Estado e das Forças Armadas americanas sobre violações nas guerras do Iraque e do Afeganistão e espionagem contra autoridades e cidadãos ao redor do mundo.