Uma comitiva formada por cerca de 60 prefeitos da região sul do país se encontrou na quinta-feira (18) com o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para defender a adoção de medidas de combate ao contrabando de cigarros. Liderados pelo presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Telmo Kirst, a comitiva está em Brasília para defender a cadeia produtiva do tabaco em Brasília. Cigarros contrabandeados do Paraguai já representam cerca de 45% do mercado brasileiro. Somente entre 2011 e 2016 isso significou mais de R$ 23 bilhões que deixam de ser arrecadados em impostos pelos governos nas três esferas.

Outro efeito negativo do contrabando de cigarros que preocupa os prefeitos que estão em Brasília é o enfraquecimento dos produtores rurais. Cerca de 140 mil famílias dependem da cultura do tabaco para sua sobrevivência hoje no Brasil. Além disso, se considerarmos os trabalhadores da indústria chegamos a 2,1 milhões de pessoas atuando na cadeia, tanto no campo como na cidade. Cada cigarro que entra ilegalmente no país rouba uma parcela da renda desses trabalhadores, afirma Telmo Kisrt.

Mais do que isso, o contrabando de cigarros é dominado por organizações criminosas como o PCC e o Comando Vermelho, que usam essa atividade para financiar outros crimes como o tráfico de drogas e armas.

Na reunião, Telmo Kirst entregou um documento aos ministros que aborda os efeitos catastróficos do mercado ilegal sobre toda a sociedade brasileira. O documento contempla números da evasão fiscal, acentua o impacto da perda de receita sobre a economia dos municípios produtores, menciona os riscos à saúde dos consumidores e alerta para o fato de que o contrabando financia atividades criminosas, como tráfico de drogas e armas.

O presidente da Amprotabaco acredita que somente por meio da união de forças entre a sociedade civil, o executivo e o parlamento será possível combater essa atividade criminosa. “Este é um problema conhecido por todos, e o que precisamos é a integração de esforços para impedir a atividade de criminosos desde a fronteira com o Paraguai até a distribuição e venda de produtos em cidades de todo o país finalizou Kisrt.