TÁSSIA KASTNER E DANYLO MARTINS SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na turbulência após as denúncias contra o presidente Michel Temer, o conselho para os investidores é resumido em uma sentença: não faça nada. Desfazer-se de investimentos com medo de perder dinheiro pode levar a um prejuízo difícil de ser recuperado. Da mesma forma, novas aplicações podem ser arriscadas, já que não é possível prever os desdobramentos da crise. Mesmo que se mantenha no poder, Temer terá ainda mais dificuldades de aprovar no Congresso as reformas trabalhista e da Previdência. Impopulares, elas são consideradas essenciais pelo mercado financeiro para a manutenção dos investimentos no país. Na dúvida, grandes investidores preferem sair de aplicações arriscadas, como ações, e migrar os recursos para ativos mais seguros, como os títulos públicos, levando a oscilações bruscas no mercado. A Bolsa despencou 9% na quinta-feira (18), enquanto o dólar avançou 8%. No dia seguinte, as perdas foram amenizadas, mas não é possível prever a direção do mercado. Também houve alteração na expectativa para a taxa Selic. Sem reformas, há dúvidas de que o juro básico cairá dos atuais 11,25% para os 8,50% previstos para o final do ano. Isso faz com que os títulos se desvalorizem. Por isso, quem aplica em renda fixa também tem a sensação de que está perdendo dinheiro. No entanto, quem mantém o investimento até o vencimento não perde dinheiro.