ISABELLA MENON SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Divulgada pela Pró-Música Brasil, pesquisa realizada pela IFPI (Federação Internacional da Industria Fonografica), indica que o streaming responde por 39,4% do mercado fonográfico no Brasil em 2016. Em 2016 houve um aumento de 52,4% no consumo de streaming, que hoje representa 39,5% do consumo digital. Ao passo que as vendas físicas tiveram uma queda de 43,2% em relação a 2015 e os downloads caíram 20,5%.

De acordo com Paulo Rosa, presidente da Pró-Música Brasil, essa foi a “maneira que a indústria musical encontrou de sobreviver depois de quase duas décadas de quedas do faturamento”. Apesar do rápido e vasto crescimento do serviço de streaming, Rosa acredita que os números não significam que o mercado físico vai desaparecer, “sempre vai ter mercado consumidor para comprar música gravadas em suportes físicos, embora a tendência seja com que esse mercado cada vez mais diminua e se concentre em determinados nichos, com certeza os produtos de algum natureza religiosa, como a música gospel”, que representa 30% dos álbuns mais ouvidos em 2016 no streaming.

Com marca de 112 milhões de usuário no mundo inteiro em 2016, a América Latina foi a região com maior crescimento no uso de streaming em 2016, com 12%, enquanto a América do Norte cresceu 7,9%, Oceania 7,1%, Ásia 4,7% e Europa 4%.

VALUE GAP

Problema debatido com frequência, serviços de streaming como o Youtube e Soundcloud não se encaixam na linha de “provedor de conteúdo”, como Spotify e Deezer, mas como vitrine de vídeos e áudios. Dessa forma, gera-se “uma situação comercial muito desfavorável para aquelas plataformas que têm que obter uma licença”, afirma Rosa.

Por exemplo, de acordo com a pesquisa da Pró Musica Brasil, o IFPI estima que o Spotify pagou a gravadoras e artistas US$ 20 -aproximadamente R$ 65,68- por usuário em 2015, enquanto o YouTube pagou menos de US$ 1 -R$ 3,28. “É uma situação que está sendo discutida nos EUA e na União Europeia, provavelmente alguma mudança legislativa, mas a gente acha que isso seria fundamental para que houvesse ao menos um equilíbrio entre os parceiros digitais da indústria”, diz o presidente da Pró-Música Brasil.

SORRY

Estudos mostram que o público predominante está na faixa dos 16 e 24 anos, indica Rosa. “A gente percebe uma incidência muito grande de artistas populares, tanto nacionais quanto estrangeiros”. A pesquisa avaliou quais foram as 40 músicas mais ouvidas no Brasil nas plataformas como Deezer, Napster, Apple, Spotify e GooglePlay. No primeiro lugar está o hit do cantor pop Justin Bieber “Sorry”, do álbum Purpose. A lista segue com ‘Work’ de Rihanna, One Dance do rapper Drake e na quarta posição está a sertaneja “10 %”, da dupla Maiara & Maraisa, estilo que predomina 85% das músicas nacionais, que representam metade da lista.