SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES (FOLHAPRESS) – Com um discurso de 75 minutos, Lenín Moreno, 64, tomou posse como presidente do Equador nesta quarta (24) e reforçou promessas de campanha: conciliação, combate à pobreza e ao narcotráfico, ampliação de benefícios sociais e do sistema de saúde e proteção a pessoas com deficiência, idosos e vítimas de violência doméstica.
“Temos uma dívida com nossas mulheres”, disse, sob aplausos e gritos de “nem uma a menos”.
Como é praxe em seus discursos, citou artistas como o compositor espanhol Juan Manuel Serrat e usou linguagem poética ao referir-se aos jovens, aos quais quer ampliar a ajuda para acesso às universidades: “Que nossos filhos sejam críticos, mágicos e seguros, com criatividade para levar o mundo adiante”.
Não houve referências a medidas econômicas para enfrentar a recessão no país.
Sobre a imprensa, cerceada nos dez anos de gestão Rafael Correa, Moreno, que foi seu vice, afirmou que “a relação com os meios de comunicação será fresca e fluida”, mas advertiu: “Espero que os meios sejam portadores dos desejos da cidadania”.
Nos últimos dias, Moreno dissera que não manteria o programa televisivo semanal do antecessor, mas que, a princípio, a polêmica Lei de Comunicação, que fixa uma agência controladora da mídia, seria mantida e revisada.
A cerimônia, que durou quatro horas, foi também a despedida de Correa. O agora ex-presidente, que se mudará para a Bélgica, foi muito aplaudido ao deixar a cerimônia na Assembleia Nacional.
Estavam presentes os presidentes Michelle Bachelet (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Evo Morales (Bolívia) Pedro Pablo Kuczynski (Peru), Horacio Cartes (Paraguai) e Mauricio Macri (Argentina) –os dois últimos tiveram uma indisposição com a altitude. Embora confirmado, o venezuelano Nicolás Maduro não compareceu.
Após os discursos, houve um almoço privado entre os presidentes, e, nas ruas de Quito, shows de música.