SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – A Justiça argentina informou nesta sexta-feira (26) que receberá da Procuradoria brasileira a lista dos nomes dos políticos argentinos acusados em delações no Brasil de terem recebido US$ 35 milhões em propinas e “caixa dois” por parte da Odebrecht. A entrega da lista deve ocorrer no próximo dia 1º de junho, mas a Procuradoria local não informou se estes nomes serão tornados públicos imediatamente.

Nos últimos dias, tem havido uma queda de braço entre a procuradora-geral Alejandra Gils-Carbó, ligada ao kirchnerismo, e a cúpula do governo Mauricio Macri. A pedido do presidente, o ministro da Justiça, German Garavano, buscou representantes da construtora brasileira na Argentina, por considerar que os promotores que estavam encarregados do caso agiam “de modo muito lento”, segundo o ministro.

Os macristas também acusam Gils Carbó de estar protegendo funcionários da gestão Cristina Kirchner (2007-2015) e expondo apenas os suspeitos mais relacionados a Macri, como o chefe da agência nacional de inteligência, Gustavo Arribas. Entre os documentos que serão apresentados estão gravações e transcrições de depoimentos dos 77 executivos que já depuseram no Brasil dentro do sistema de delação premiada.

Serão trechos que mencionam as obras da empresa no país vizinho. O escritório da Odebrecht na Argentina se prontificou a ajudar a Justiça em troca da permissão de seguir atuando no país e pedindo que seus funcionários, já em julgamento no Brasil, não sejam processados também na Argentina.