FLAVIA LIMA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Do ponto de vista fiscal, não serão um, dois, três, quatro ou cinco meses que farão diferença na aprovação da reforma da Previdência, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “No entanto, é importante [a aprovação rápida] do ponto de vista da formação das expectativas, ressaltou. Em entrevista em evento em São Paulo nesta segunda-feira (29), preferiu citar como data para aprovação da reforma o mês de junho, como sinalizado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, antes do estouro da crise política. Meirelles reconheceu que a maioria da população é contra a reforma, mas minimizou o problema. Ele disse que a discussão tem que ser colocada não na base da perda de direitos, mas na de assegurar o recebimento de um benefício futuro. “Isso depende muito como se pergunta. Uma outra coisa é que a população está muito impactada pela crise”, disse. Segundo Meirelles, não há plano B para a reforma da Previdência e nem expectativas com relação à eventual mudança do projeto. Ele afirmou ainda que acredita que o número de parlamentares que vão votar a favor da reforma é maior do que parece. “Eu digo ao parlamentar que vai disputar eleição o que é melhor: o Brasil crescendo, gerando emprego e inflação baixa ou desemprego maior e inflação maior com o voto contra a Previdência?”, exemplificou. Segundo Meirelles, a economia estará crescendo 2,7% no quarto trimestre de 2017 em relação a igual período do ano anterior. Com relação aos juros, disse que o mercado discute um corte da taxa Selic de 1 ponto, 1,25 ponto ou 0,75 ponto percentual, mas disse que o mais importante é que “ninguém discute se o Banco Central vai subir ou descer a taxa”. A redução do juro, disse, reflete a queda da inflação. “Estou focado em botar o Brasil para crescer, disse há pouco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao responder se poderia, eventualmente, substituir Michel Temer em um governo de transição até 2018. “Eu não lido com hipóteses e sim com realidade”. Para ele, o seu cenário base é que Michel Temer conclua o seu mandato em 2018. “De nossa parte, fazemos reformas que extrapolam esse e outros mandatos”.