Manifestantes e Polícia Militar entraram em confronto na manhã desta segunda (26) na frente da Ópera de Arame, onde vai acontecer a votação do pacote fiscal apresentado pelo prefeito Rafael Greca. Os manifestantes derrubaram a primeira grade de proteção e avançaram em direção à Ópera. O clima é tenso no local. Não há ainda informações sobre feridos.

A Câmara Municipal de Curitiba faz hoje a terceira tentativa de votar o pacote de ajuste fiscal proposto pelo prefeito Rafael Greca (PMN). A sessão plenária acontece na Ópera de Arame, que foi cercada pela Polícia Militar ainda na madrugada desta segunda-feiira (26). Os servidores estão desde cedo no local. Por causa dos bloqueios no trânsito na Rua Mateus Leme, o trânsito está bem complicado na região entre o Parque São Lourenço e a Ópera de Arame.

Neste momento, está fechada a Rua João Gava entre as Ruas Mateus Leme e na Nilo Peçanha, há bloqueio de segurança, executado pela PM, mesmos pontos que são bloqueados em dias de shows. Servidores também se aglomeram na entrada do Parque São Lourenço.

A decisão de mudar a sede do Legislativo aconteceu na sexta-feira (23), em uma sessão extraordinária convocada pelo presindente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB).

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A proposta de levar a sessão plenária para a Ópera de Arame partiu da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), durante encontro com o comando da Câmara também na sexta-feira. O local teria condições de oferecer maior segurança e evitar invasões, segundo a Sesp. A sessão de amanhã também acontece na Ópera.

Além dos vereadores, um grupo de até 100 servidores públicos municipais poderá acompanhar a sessão, segundo o que ficou decididio na sexta. A Pedreria Paulo Leminski, ao lado da Ópera, ficará aberta para receber outros servidores.

O pacote foi enviado por Greca no final de março. Desde o último dia 13, os vereadores tentam votar quatro projetos sob regime de urgência. Entre as medidas em discussão está a proposta que suspende planos de carreira e adia a data-base do reajuste anual dos servidores; o aumento da contribuição do funcionalismo para a previdência, o saque de R$ 600 milhões do fundo de aposentadoria muncipal para o Executivo; a Lei de Responsabilidade Fiscal municipal, que estabelece limites para os gastos com pessoal, e o leilão de dívidas da prefeitura.

O prefeito alega que as medidas são indispensáveis para garantir o pagamento em dia dos salários do funcionalismo e a manutenção dos serviços públicos, diante de um déficit de R$ 2,1 bilhões no Orçamento de 2017 e uma dívida de R$ 1,2 bilhão com fornecedores. Os sindicatos reivindicam a retirada de pauta dos projetos, alegando falta de diálogo na elaboração das propostas.

Na última quinta-feira, Greca recebeu na prefeitura vereadores de oposição, mas as conversas terminaram em impasse. O prefeito insistiu na votação do pacote e os parlamentares na retirada de pauta dos projetos para reabertura das negociações.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita, se reuniu com integrantes da Mesa Executiva da Câmara Municipal de Curitiba, Ministério Público e representantes dos sindicatos dos servidores públicos da Capital para discutir o esquema de segurança para a votação. O objetivo, segundo ele, é garantir o direito à manifestação da categoria, e ao mesmo tempo evitar novos confrontos.

Mudança — Mudar o local da sessão plenária hoje e amanhã foi criticada por vereadores da oposição e até mesmo por aqueles que defendem o projeto do prefeito, apesar de não haver impedimento no regimento da Casa. A sessão extraordinária para votar a mudança acoteceu por volta das 18h30 de sexta, e reuniu 32 vereadores. O resultado foi 21 votos a favor da mudança e dez contra.

“Eu lamento que nós cheguemos a esse ponto. É o meu quarto mandato e é a primeira vez que eu vejo uma sessão sendo convocada desta forma”, disse a vereadora Professora Josete (PT). O presidente da Casa convocou os vereadores para votar a mudança ás 17 horas. “Também sou contra não votar na Câmara. Sair da Câmara Municipal é fugir da democracia”, disse a vereadora Maria Letícia Fagundes (PV), que é favorável ao pacote.