Dourou cerca de uma hora e meia o protesto contra o fim das reformas propostas pelo governo Temer realizado nesta sexta-feira, 30, na Boca Maldita, Centro de Curitiba. O protesto reuniu cerca de 5 mil metalúrgicos, bancários e outras categorias, segundo os organizadores.  

Em Curitiba, aderiram à  paralisaçãos os bancários, servidores estaduais de escolas estudais, servidores municipais, professores municipais, servidores da Universidade Federal do Paraná, garis, e funcionários dos Correios. Os motoristas e cobradores da Grande Curitiba não aderiram à paralisação e os ônibus circulam normalmente, pelo menos até ás 8 horas. Os metalúrgicos fazem manifestações durante todo o dia, mas não param totalmente.

Dezenas de trabalhadores se reuniram em frente à Bosch, no bairro Cidade Industrial (CIC), Renault, em São José dos Pinhais e  na manhã desta sexta e chegaram a bloquear a rodovia do Xisto, em Araucária, na frente da Refinaria Getúlio Vargas (Repar). Segundo o levantamento do Sindicato, cerca de 30 mil trabalhadores metalúrgicos e 5 mil petroleiros teriam participado desta mobilização na manhã desta sexta-feira.

A greve dos bancários atinge apenas as agências da região central de Curitiba, com o fechamento de cerca de 50 agências, segundo balanço do Sindicato dos Bancários. Também há centros administrativos fechados. Mas o fechamento termina no meio-dia.  A adesão à greve desta sexta está bem menor que última realizada, porque muitos trabalhadores tiveram descontos e não quiseram aderir desta vez.

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, as refomas propostas pelo governo federal trazem riscos trabalhadores e para o país. Não vai ter geração de emprego, vai ter bico institucionalizado. Vai ser o fim do emprego formal, que garante direitos conquistados, como férias e décimo terceiro salário, diz Freitas. Na última quarta-feira (28), houve aprovação do parecer favorável à reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, diz que a ideia do movimento é tentar pressionar o Congresso Nacional para ampliar a negociação sobre as reformas. As paralisações e manifestações são os instrumentos que estamos usando para pressionar e ter uma negociação mais séria em Brasília que não leve a um prejuízo aos trabalhadores, diz.

O governo federal argumenta que as reformas são necessárias para garantir o pagamento das aposentadorias no futuro e a geração de postos de trabalho, no momento em que o país vive uma crise econômica. O argumento é que, sem a aprovação da reforma da Previdência, a dívida pública brasileira entre em “rota insustentável” e pode quebrar o país, como disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Sobre a reforma trabalhista, o governo afirma que a proposta moderniza a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943. E que as novas regras, como a que define que o acordo firmado entre patrão e empregado terá mais força que a lei, estimulará mais contratações.