De acordo com Ardisson Naim Akel, presidente da Jucepar, o crescimento do número de empresas no setor surpreende. Prova disso é que somente no primeiro semestre deste ano foram constituídas 1.098 empresas. Isso é atípico, porque no ano passado inteiro foram 1.325 novas empresas. Então a perspectiva é de talvez duas mil novas empresas até o fim do ano, aponta.

Ainda segundo Akel, além da crise econômica e da alta no desemprego, outros fatores ajudam a explicar o crescimento do mercado gastronômico no Paraná. O principal deles seria a maior procura das pessoas por refeições fora de casa. Outro, o aumento no número de empresas de menor porte.

Antes, comer fora de casa era ir em restaurante, cozinha com 12 pessoas, equipe de garçons. Hoje é muito bar, pub, sem falar nos food trucks e conteineres. Então a comida rápida, as hamburguerias da vida, esfihas, quibes, empadas e coxinhas estão por aí em toda parte e isso combina com o fato de estar num processo recessivo há muitos anos, diz o presidente da Jucepar, destacando ainda a redução no número de extinções — foram 240 até julho deste ano, enquanto durante todo o ano de 2016 haviam sido 529. Estamos até um pouco aquém da média do ano passado, o que significa um saldo positivo bem importante.

Mais em conta — Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel) no Paraná, o crescimento do setor teria uma relação íntima com o momento de crise que o país enfrenta. Como exemplo, Luciano Bartolomeu, diretor-executivo da associação, aponta que a maioria dos segmentos gastronômicos registraram retração nos anos de 2015 e 2016, enquanto as comidas de rua, as pizzarias e os serviços de delivery estiveram em alta. Neste aspecto conta o tiquete médio cobrado pelo prato, mais em conta que ir a um restaurante, por exemplo.