Tenho um grande amigo que passou por diversas dificuldades financeiras nos últimos dois anos. Depois de alcançar o sucesso financeiro e um ótimo padrão de vida, apostou em alguns negócios próprios que não deram certo e acabou se encrencando com os bancos, fazendo empréstimos aqui e ali para cobrir contas pessoais e do negócio mal sucedido.

Hoje em dia temos cada vez mais formas e oportunidades para ganhar dinheiro. Quem está disposto a trabalhar, por maior que sejam as dificuldades, sempre acaba encontrando um caminho, graças à criatividade e o famoso jeitinho brasileiro. Muitos optam pelo emprego, pois buscam a segurança, a estabilidade, e às vezes se contentam com um salário que não é muito, mas se é suficiente para pagar as contas no final do mês já está de bom tamanho. Ninguém espera ficar rico sendo empregado, pelo menos de forma honesta. Outros, de espírito empreendedor, ou por falta de opção, arriscam um negócio próprio, enfrentando um desafio fora do normal, afinal pesquisas mostram que mais de 50% das pequenas e médias empresas brasileiras fecham as suas portas com menos de três anos de atividade. Muitas literalmente só fecham as portas, mas não encerram suas atividades de forma irregular, pois estão afundadas em dívidas com bancos, Receita, FGTS e INSS. Fechar uma empresa depois de algum insucesso, seja por má gestão, ou pela carga tributária do Brasil pode ser um caminho sem volta para muitos empresários. Limpar o nome da empresa e do próprio empresário é difícil, burocrático, caro e trabalhoso. Tudo isto acaba dificultando novas tentativas. Alguns jamais conseguirão ter um novo negócio por conta das dívidas da empresa antiga, a não ser através de terceiros, usando o nome de um laranja. Dentre os felizardos que conseguirão saldar seus débitos, muitos desistirão do empreendorismo, pela frustração da derrota, pelo medo de uma nova queda ou para não passar pelo stress de outro insucesso. Essas pessoas acabam voltando para o mercado de trabalho, talvez para empregos que não gostam, vivem frustradas com a rotina, não desempenham suas obrigações da melhor forma e deixam de crescer profissionalmente.

O meu amigo acabou encontrando um emprego. Aos poucos está conseguindo amortizar as dívidas para limpar seu nome na praça, mas está infeliz e vai trabalhar todos os dias frustrado.

Os conselhos

Em recente conversa lhe dei dois conselhos:

1º – trabalhe até conseguir limpar o seu nome e durante esse tempo se dedique de coração ao seu atual emprego, pois é ele que está ajudando na sua recuperação. Use características do seu espírito empreendedor de outrora, como liderança, otimismo, criatividade, persistência e curiosidade para crescer profissionalmente. O fato de se dedicar com vontade lhe fará uma pessoa mais feliz e menos frustrada

2º – quando acabarem as dívidas e começar a sobrar dinheiro, use essa fase difícil como exercício para não esquecer de onde você veio, para que assim não cometa os mesmos erros.

Um grande abraço e boa semana.

Desmar Milléo Junior, Autor do Livro: Apenas Boas Intenções Não Bastam, Palestrante nas áreas motivacional, comportamental e vendas.Treinamentos com Jogos de Negócios & Simuladores. 
SITES: www.milleo.com.br & www.visionbusinessgame.com.br