SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A filha da artista plástica brasileira Lygia Pape, morta em 2004, está processando a LG Electronics Inc. pelo uso sem permissão das imagens de um dos trabalhos de sua mãe.
Paula Pape entrou com o processo em Nova York no mês passado, alegando que a empresa está usando cópias da escultura “Ttéia 1, C” em embalagens e no material publicitário para o celular “K20 V”.
Na instalação “Ttéia”, fios dourados dispostos geometricamente em uma sala escura parecem materializar feixes de luz. As imagens publicitárias do celular trazem fios dourados dispostos de forma similar, formando a letra “K”.
À agência Bloomberg, Pape afirmou que a associação cultural que administra os direitos dos trabalhos de sua mãe negou todos os pedidos da LG de permissão para utilizar o trabalho em seu produto. No processo, ela justifica que Lygia foi uma artista durante 50 anos e nunca comercializou suas peças.
Pape ainda diz que o uso do trabalho com propósitos comerciais é uma afronta e um lembrete de que as grandes corporações acreditam estar acima da lei.
“Eles não têm respeito por aqueles que vivem para trazer beleza para o mundo, para os artistas e para todos os seres humanos que se esforçam para viver com propósito e integridade”, disse à Bloomberg.
O advogado John Mancini, que representa as empresas da LG nomeadas na denúncia, se negou a comentar o processo.
No ano passado, os herdeiros da Lygia enviaram uma notificação à empresa de ensino Britannia afirmando que o cenário de sua propaganda comercial era “muito parecido” com a instalação “Ttéia”, obra criada pela artista no fim da vida.