No inverno, a higiene nasal ganha maior importância. Ela é necessário para que o nariz cumpra algumas das principais funções, tais como filtrar o ar de impurezas, regular a entrada de ar para os pulmões e proteger o corpo contra bactérias e vírus. Mas como funciona esse processo de ‘filtro’ no nariz? A otorrinolaringologista Isabela Oliveira, da Otorrinos Curitiba, explicou um pouco sobre o funcionamento do nariz e dos seios da face (ou seios paranasais).

O nariz e os seios da face são extensas superfícies recobertas de mucosa que são responsáveis pelo equilíbrio da temperatura e umidade do ar inspirado; têm função olfatória e de ‘filtro’ para as impurezas. Nesse tecido respiratório, temos cílios microscópicos, que se movimentam para remover continuamente o muco para fora dos seios. Diversas toxinas produzidas por bactérias e vírus causam redução do batimento ciliar. A diminuição do movimento desses cílios causa acúmulo de secreções mais espessas que o normal, aumentando a predisposição à instalação de processos infecciosos, esclareceu.

Segundo Isabela, a lavagem nasal, além de remover o muco nasal, secreções purulentas, restos de células e crostas, diminui a inflamação local da mucosa. Estudos mostram que pacientes que realizam a lavagem nasal têm uma menor tendência a usar antibióticos. Além disso, já está comprovado que limpar as vias aéreas em quem tem alergia ajuda a evitar infecções e crises, completou a otorrino.
A lavagem nasal é um procedimento amplamente incentivada para prevenção e auxílio no tratamento de diversas doenças das vias respiratórias.

 

Limpeza deve ser feita com soro fisiológico

De acordo com a otorrinolaringologista Isabela Oliveira, da Otorrinos Curitiba Isabela, a lavagem nasal deve ser realizada utilizando soro fisiológico 0,9% em temperatura ambiente. Pode ser spray, jato contínuo ou seringa com soro. Frascos de soro fisiológico, ao contrário dos sprays, devem ser mantidos em geladeira após abertos, resumiu a especialista.
Nas crianças, a quantidade de soro a ser usada depende muito do tamanho da criança, da quantidade de secreção que ela apresenta e da tolerância da criança ao procedimento. Uma dica é começar com pequenos volumes de soro fisiológico, como 0,5 a 1 ml em cada narina para os bebês, e com pouca pressão, lembra a otorrino.

Ela também orienta que o bebê ou a criança deve estar sentado ou em pé, com a cabeça levemente reclinada para frente. As crianças possuem a tuba auditiva (canal que liga o nariz até a orelha média) mais curta e horizontal, que facilita com que haja refluxo de líquidos para os ouvidos, principalmente se a criança estiver deitada.

A lavagem com soro não ‘causa’ otite, muito menos pneumonia, nem é capaz de perfurar o ouvido. O processo infeccioso instalado e a secreção acumulada nas vias respiratórias é que podem causar essas complicações, alertou Isabela.

Ela comentou, ainda, que o importante é que o médico dê as orientações corretas, principalmente para os pais realizarem o procedimento nas crianças. Lembre-se que cada criança é única e nenhuma dica substitui as orientações do otorrino que a acompanha. Peça para ele demonstrar como você deve fazer, resumiu. É necessário fazer a lavagem todos os dias?

A doutora Isabela lembra que o nariz está em constante contato com o meio externo, portanto, recomenda-se realizar a higiene nasal diariamente. Se o objetivo é apenas umidificar a mucosa porque o tempo está seco, bastam cerca de 3 vezes diárias.
Mas se a criança está resfriada e com muita secreção, o ideal é de 8 a 10 vezes no dia, aconselhou.