A confiança das famílias paranaenses, medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), apresentou queda de 1,3% em julho com relação ao mês anterior. Porém, na comparação com julho de 2016, houve melhora de 10,2%. 

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) marca 90,1 pontos no Paraná e está acima da média nacional, que ficou em 77,3 neste mês. Apesar da melhora do indicador, em parte por causa dos esforços do governo para incentivar o aumento do consumo com a liberação das contas inativas do FGTS, a ICF ainda não conseguiu atingir a pontuação ideal, acima de 100 pontos, limitados a 200 pontos, e por isso é considerada negativa.

Consumo
A perspectiva de consumo, um dos principais pontos avaliados pela ICF, vem apresentando altas expressivas desde setembro de 2016 e apontou 53,3% de retomada em julho ante o mesmo mês do ano anterior. Comparada a junho, no entanto, a diferença é negativa em 15,1%. Os dados nacionais mostram alta de 32,4% neste componente com relação a julho de 2016 e queda de 0,2% na comparação com junho. O nível de consumo atual também se mostra superior a julho do ano passado em 20%, com uma tímida elevação de 0,7% sobre junho.
A instabilidade política e econômica tem feito muitos paranaenses adiarem a compra de bens duráveis, fato evidenciado pela queda de 4,8% deste item em relação a junho. Mesmo assim, o momento para a aquisição de bens de maior valor ainda é mais favorável do que era em julho de 2016, tanto que este tópico teve alta de 21,1% na comparação com julho do ano passado.

Mercado de trabalho
A perspectiva profissional, que trata a esperança de melhora salarial ou de cargo, mostra crescimento mensal de 8,9% e queda na variação anual de 2,3%. O componente renda atual foi afetado de forma negativa, com queda de 2,5% na comparação com junho e diminuição de 3,4% ante julho de 2016.

Variações entre as faixas de renda

A pesquisa mostra que a confiança do consumidor de maior renda tem sido mais impactada pela atual conjuntura do país. Enquanto nas famílias com renda de até dez salários mínimos a perspectiva profissional cresceu 9,8% em julho na comparação com junho, nas famílias com rendimentos superiores, esse quesito aumentou apenas 5,7%.
Observa-se ainda que as classes A e B reduziram em 5,3% as compras a prazo, enquanto as classes C, D e E ampliaram a procura por crédito em 2,8%. O momento para compra de bens duráveis caiu 8% entre os paranaenses com renda acima de dez salários mínimos e reduziu 4% entre aqueles que ganham menos.
Por outro lado, a renda atual das classes C, D e E caiu 2,5% em julho, enquanto nas classes A e B, este quesito aumentou 1,5%. Como reflexo disso, o nível de consumo atual entre os consumidores que ganham até dez salários mínimos reduziu 1,5%. Já entre as famílias mais abastadas, o consumo atual subiu 10,4%.