SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu 14 pessoas nesta terça-feira (25), entre elas quatro policiais militares, suspeitos de participarem de milícias em Nova Iguaçu e Belford Roxo, na Baixada Fluminense. As informações são da Agência Brasil. Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão. Os policiais encontraram celulares, armas de fogo, munições e cerca de R$ 21 mil em dinheiro. Ao todo, 67 pessoas são investigadas, sendo que quatro já estão presas.
As investigações começaram na 58ª Delegacia de Polícia, em Nova Iguaçu, e teve apoio da Promotoria de Investigação Penal de Nova Iguaçu. O inquérito para investigar as milícias na região foi aberto após uma denúncia de agiotagem e a prisão de um suspeito de homicídios.
O delegado titular da 58º DP, Adriano França, afirmou que a atuação da quadrilha não seria possível sem a participação de agentes do Estado. “Eles dão o suporte para aqueles que não são policiais, e o temor que esses impõem por serem agentes públicos é maior, pois têm informações sobre operações, datas privilegiadas”, contou ele. Foram identificados pelo menos 13 homicídios cometidos pela quadrilha.
“A paz só acontecerá quando o Estado ocupar os espaços e as concessionárias conseguirem entrar com serviço nas comunidades. Muitas querem entrar, mas não se sentem seguras. Uma empresa de TV a cabo regularizada não consegue entrar, pois [seus funcionários] serão expulsos”, concluiu. Pelo serviço de água, cada morador pagava entre R$ 30 e R$ 45 por mês. Os mototaxistas eram obrigados a pagar R$ 100 por mês aos milicianos. Um dos presos atuava na localidade desde 2007, como apontam áudios coletados na investigação.
Além das 14 pessoas presas nesta terça (25), mais quatro suspeitos que já estavam detidos nos presídios de Japeri e Patrícia Acioli também fazem parte das prisões preventivas autorizadas pela Justiça. Eles comandavam ações das milícias de dentro das celas por meio de celulares. A operação contou com 200 policiais civis e nove delegados, além de equipes do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar.